9 de Julho e a Revolução de 1932



Em São Paulo, além de uma famosa avenida, 9 de Julho é também um feriado estadual e muita gente não sabe exatamente porque.  A data marca o início da Revolução de 1932, também conhecida como “Guerra Civil Brasileira” ou “Revolução Paulista”.


Na realidade, o feriado ficou restrito ao estado de São Paulo indevidamente. Longe de ser apenas um registro histórico, a revolução de 1932 foi um fato que afetou milhões de brasileiros. Nosso país pacato e tranquilo passou por momentos de angústia e violência, tal qual um filme de cinema. É difícil imaginar que há 80 anos atrás, as cidades de São Paulo e Campinas sofreram bombardeios aéreos, o porto de Santos foi bloqueado por navios de guerra e cidades do Vale do Paraíba enfrentaram ataques de artilharia.


Nesta data marcante, os Paulistas se revoltaram contra Getúlio Vargas e reivindicavam uma nova Constituição para o Brasil, que estava sob um regime provisório desde a Revolução de 1930, após a derrubada do presidente Washington Luís, em outubro daquele ano.


A revolta foi iniciada em Fevereiro de 1932, e teve um momento de grande tensão com a morte de 4 estudantes em protestos contra Vagas, em SP – quando surgiu o movimento MMDC (iniciais dos estudantes). A data de 9 de julho marcou a deflagração do movimento pelos militares paulistas, e a guerra durou cerca de 3 meses, até a rendição final em 2 de outubro.


Porém, diz-se que São Paulo perdeu nas armas, mas ganhou no grito. Após as tropas paulistas se renderem, os líderes do movimento foram para o exílio, mas novas eleições ocorrem em 1933, e o país ganharia uma constituinte no ano seguinte.


Por isso, o Clube do Livro indica alguns livros que ajudam a entender mais detalhes desta revolução, que ficou marcada na história do Brasil como uma Guerra Civil de verdade. Algumas boas fontes para leitura são:

1932 – A Guerra Civil Brasileira, de Stanly Eon Hilton (1932, 384 páginas)

1932: Imagens de uma Revolução, de Marco Antônio Villa (2008, 205 páginas)

1932 – O Brasil se Revolta, de José Alfredo Otero Vidigal Pontes (2004, 208 páginas)

História da revolucão constitucionalista de 1932, de Hernâni Donato (2002, 153 páginas)

A Legião Negra, de Oswaldo Faustino (2011, 224 páginas)

O Ciclo de Vargas, uma série de livros do historiador Hélio Silva (16 volumes, sete mil páginas)

Além destes livros, ainda está em fase de produção a Biografia Oficial de Mário de Andrade, pelo jornalista Jason Tercio, que contará detalhes da participação do escritor na Revolução de 1932.


Sem dúvida, vale a pena conhecer um pouco mais da cultura brasileira, para conhecer nosso passado, entender nosso presente e, que sabe, construir um futuro melhor para nosso país.

Deixe um comentário

Rolar para cima