(A coluna semanal do Luiz Alberto Marinho no Blue Bus. Vale a pena ler, como sempre.)
Enganam-se os que pensam que o casamento entre a TV e o varejo é coisa para o futuro. Para você ter uma pequena idéia do que anda acontecendo, basta dizer que em julho, nos EUA, a TiVo anunciou uma parceria com a Amazon, maior varejista da internet, para impulsionar a compra imediata de itens pela TV. Vai funcionar assim – os clientes verao na tela links para a compra de cds, DVDs, livros e outros produtos eventualmente promovidos nos programas. Caso eles se interessem, poderao acessar na hora o site da Amazon, por meio do próprio TiVo, para fechar a transaçao. Prático, nao?
Mas a coisa nao fica por aí. A mesma Amazon firmou um acordo com a Sony para que os compradores de televisores da linha Bravia possam acessar a internet a partir dos seus aparelhos de TV e alugar vídeos na Amazon Video on Demand, com o auxílio do Sony Bravia Internet Video Link, um equipamento que hoje custa cerca de USD 300. No futuro, espera-se que os televisores da Sony já saiam da fábrica com essa funçao. Diante dessa conveniência toda, dá para afirmar, sem medo de errar, que a vida das lojas físicas de locaçao de DVDs vai ficar bastante complicada.
As compras pela TV deverao ser aproveitadas especialmente pelos caçadores de ofertas, pelas pessoas que compram por impulso e por aqueles que vivem em cidades distantes, onde as ofertas do varejo sao poucas. Mas esse novo meio de vendas nao substituirá os shopping centers ou as lojas de ruas comerciais. O que veremos será uma ampliaçao da sinergia entre múltiplos canais. Em outras palavras, a TV servirá para aumentar o desejo e promover ainda mais as marcas. Se o consumidor vai comprar pela TV, pela web ou na loja de tijolo, isso dependerá da sua conveniência. Por outro lado, o varejo que estiver presente em todos esses canais, certamente levará vantagem em relaçao aos seus concorrentes.