Dr. Robert Chapman, PhD Candidate, Goldsmiths, University of London, é categórico: não. E fornece as evidências disso no artigo publicado no TheScientificAmerican.com e que traduzi.
Quando a informação genética dos humanos (conhecida como genoma) foi mapeada há 15 anos, prometia mudar o mundo. Os otimistas anteciparam uma era em que todas as doenças genéticas seriam erradicadas. Os pessimistas temiam um aumento da discriminação racial e genétrica. Nenhuma dessas esperanças e medos se realizaram.
A razão para isso é simples: nosso genoma é complexo. Ser capaz de localizar diferenças específicas no genoma é apenas uma parte muito pequena da compreensão de como essas variantes genéticas realmente funcionam para produzir os traços que vemos. Infelizmente, poucas pessoas entendem o quão complexa a genética realmente é. E, à medida que mais e mais produtos e serviços começam a usar dados genéticos, existe o perigo de que essa falta de entendimento possa levar as pessoas a tomar algumas decisões muito ruins.
Na escola somos ensinados que existe um gene dominante para olhos castanhos e um recessivo para o azul. Na realidade, quase não há traços humanos que sejam passados de geração em geração de maneira tão direta. A maioria dos traços, incluindo a cor dos olhos, se desenvolve sob a influência de vários genes, cada um com seu próprio efeito, geralmente pequeno.
Além disso, cada gene contribui para muitos traços diferentes, um conceito chamado pleiotropia. Por exemplo, variantes genéticas associadas ao autismo também foram associadas à esquizofrenia. Quando um gene se relaciona com uma característica de forma positiva (produzindo um coração saudável, digamos), mas outra de maneira negativa (talvez aumentando o risco de degeneração macular no olho), ela é conhecida como pleiotropia antagônica.