Indústria de talentos chamada Call Center



Penso que todo jovem deveria buscar como primeira colocação a área de Call Center e este é meu discurso quando jovens me solicitam uma ajuda referente ao caminho profissional a seguir.


Logicamente, toda e qualquer primeira vivência profissional, aprendem-se e internalizam-se diversas questões quanto ao mundo corporativo, mas o Call Center é essencial para o desenvolvimento e amadurecimento de um recém-chegado ao mundo dos adultos. Cito-me como exemplo, pois sabe o que aprendi no meu primeiro emprego como Operadora de Telemarketing?


Aprendi em senso comum o que é clima organizacional, pois percebi o fantástico e curioso ambiente chamado Central de atendimento. Cada colaborador tem um modo particular em seu comportamento, cultura, valor, cada um carrega uma realidade.
Presenciei inclusão social, motivação, ambições funcionais, relacionamento hierárquico, relacionamento profissional, interação social, questões que envolvem a mão de obra e a baixa remuneração, dentre outro fatores.


Outros aprendizados foram como melhor se portar a um supervisor, como organizar e compartilhar uma mesa de trabalho, a conviver com frustrações e vitórias, seja por um bom atendimento, retenção ou pela venda realizada. Você amadurece em habilidades para a realização de uma comunicação mais adequada com clientes de acordo com seus diferentes perfis. Utiliza as abordagens ativas, receptivas ou mistas do telemarketing. Desenvolve uma postura ética e respeita as necessidades do cliente, de modo a assegurar sua fidelização.


Vivenciei e internalizei as melhores formas de argumentação, persuasão e num mesmo momento a ser cordial com o cliente e administrar as pressões das metas impostas.  Além da excelência na comunicação verbal, habilidade de saber ouvir, saber lidar com clientes, saber trabalhar em equipe e ter clareza nas informações ofertadas.


No Call Center, as relações acontecem, pois é um grupo em prol de algo, são colaboradores batalhando por um espaço na corporação, são mães, pais, irmãs, irmãos, filhos e filhas que são estigmatizados pelo capitalismo no qual o consumidor egóico não consegue ver além da marca ou da baixa qualidade de seus serviços ou produtos. Este desafio é constante, pois o atendente, assessor, operador seja qual for à nomenclatura de cargos, muitas vezes, buscam dar o melhor de si de modo a não serem coisificados, além da preocupação com a excelência no atendimento, pois há monitorias constantes que medem e avaliam diversos itens que serão fundamentais para uma futura promoção deste colaborador.

O Call Center é um dos ambientes mais acolhedores que já vi, pois ele oferta oportunidades sem preconceitos e muitas vezes nele está inserido o “diferente”. Diferente no modo de pensar, agir, sentir, viver, de opção em todos os sentidos e esta massa possui talentos jamais imaginados por gestores e lideres de outras organizações.


Por diversos momentos, entrevistei pretendentes que omitem suas experiências no Call Center e eu sempre os questiono o motivo desta deleção e as respostas são parecidas.


Alguns sentem vergonha, outros ficam receosos devido ao suposto preconceito para com este ramo de negócios. Para tanto digo a eles para terem orgulho de tamanha vivencia, pois a bagagem que se ganha trabalhando no Telemarketing é imensa além da astucia pessoal desenvolvida que jamais é retirada.


Através deste artigo, espero ter provocado reflexões principalmente para os que almejam uma primeira colocação e desejam o desenvolvimento.

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