Legalização das drogas: eis três conceitos que podem mudar seus pontos de vista
Os leitores deste artigo podem ser contra ou a favor da legalização das drogas, é um direito individual deles. Mas, sejam quais forem as opiniões, em um ponto todos vão concordar: a repressão não está funcionando. Se há realmente uma guerra às drogas, as autoridades estão perdendo essa guerra.
Os motivos são variados, inclusive a existência de uma overdose de hipocrisia. Quando você assiste a uma operação que apreende meia tonelada de pasta-base de cocaína e depois, por conta das pessoas que inevitavelmente seriam atingidas, essa carga some completamente – inclusive do noticiário – não dá para levar a sério rocambolescas apreensões de coisas como um ou dois quilos da droga, com direito a indignados apresentadores de televisão – tão pilhados, aliás, que dá até para desconfiar – e condenações “exemplares” que servirão apenas para superlotar ainda mais as prisões nacionais.
Os demais argumentos também estão ruindo, como demonstra um artigo de Johann Hari, autor do livro Chasing The Scream: The First and Last Days of the War on Drugs, publicado originalmente em The Influence, um site que procura cobrir o espectro total do relacionamento humano com drogas (e republicado em RawStory.com). Começando pelo apoio popular. Segundo Hari, atualmente, 53% dos cidadãos dos EUA acham que a guerra contra as drogas não vale seu custo – apenas 19% acha que sim. Concretamente, continua ele, ao viajar por diversos países para divulgar seu livro, ele descobriu que, em todos os países que decidiram sair dessa guerra, ocorreram três etapas: inicialmente, uma enorme controvérsia e muita ansiedade; em seguida, as pessoas começam a ver na prática o que as medidas significam; e, finalmente, o apoio cresce e permanece alto.
Três exemplos disso: Colorado, Portugal e Suíça.
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