O Oitavo Cavaleiro e a Inércia

Ele estava velho e na ultima batalha, um pequeno corte infeccionou e sabia que iria morrer. Há mais de 12 anos era o Mestre da Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz e agora tinha que tomar uma decisão.

Deveria escolher aquele que iria lhe substituir com honra, coragem e liderança. Este cavaleiro seria o Guardião do Sagrado assim como ele tem sido nos últimos anos.

Havia muitos cavaleiros em condições de assumir este posto. Qual seria a escolha certa?

Em sua dor, uma luz iluminou sua inteligência e ele resolveu convocar todos os cavaleiros para que a escolha fosse feita.

Vieram então de todas as regiões os mais hábeis cavaleiros, porém sete deles se destacavam dos demais. Eram os que cumpriam os votos de obediência, pobreza e castidade com mais disciplina e também os mais corajosos na batalha.

Cada um deles possuía fortemente uma virtude diferente e eram reconhecidos por esta virtude como que se fossem suas identidades.

Todos os convocados estavam no grande salão em silêncio e todos pensavam a mesma coisa: quem seria o escolhido? A escolha era muito difícil.

O Mestre estava acomodado em uma cadeira e a sua frente uma pequena mesa com algo coberto por um tecido branco com a Cruz Santa bordada em vermelho no centro.

O Mestre então declarou:

-Aquele que resolver o problema que apresentarei será meu escolhido.

Os sete cavaleiros se adiantaram aos demais e se colocaram a frente do Mestre.

O Mestre então pediu então para que seu ajudante descobrisse o objeto que estava na mesa e todos então contemplaram um vaso belíssimo todo ornado em ouro e pedras preciosas e dentro dele uma flor amarela ainda mais bela. Ele falou:

– Eis aí o problema.

Todos perplexos olhavam a beleza e a harmonia da flor e o vaso e se perguntavam onde estava o problema. Era um enigma? O que representava? O que fazer?

Alguns cavaleiros estavam completamente imóveis enquanto outros se mexiam, andavam de um lado para o outro, porém ninguém parecia entender o problema.

Foi quando um cavaleiro deu alguns passos, olhou o Mestre, sacou sua espada e destruiu a flor, o vaso e tudo mais.

O Cavaleiro retornou ao seu lugar e o Mestre falou:

– Você é o novo Mestre da Ordem. Não importa se o problema é lindíssimo ele deve ser resolvido definitivamente.

As virtudes devem sempre vencer a inércia que nos leva a fazer o que estamos fazendo. Às vezes estamos estagnados sem saber para onde ir diante de um problema enorme em que não enxergamos saída. Às vezes estamos nos movendo há muito tempo sem qualquer mudança que indique uma evolução em direção à perfeição e nos acostumamos a isso até que a natureza nos coloca à prova.

Porém a maioria das vezes são os problemas que não vemos e que nos dão prazer que devem ser suprimidos de nossas vidas para que haja ordem e mudanças significativas que nos tornarão melhores homens e mais próximos de Deus.

Adaptado do Conto Zen Budista: O Guardião do Mosteiro

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