Parece
óbvio que os verdadeiros motivos que levaram o Papa Bento XVI a renunciar ao
posto máximo da Igreja Católica no Vaticano sempre deixarão dúvidas, suspeitas
ou simplesmente curiosidade. Isso é fato. Porém, uma das maneiras mais interessantes
de conhecer o pensamento do atual “Papa Emérito” é ler a trilogia de livros escrita
por Joseph Ratzinger sobre a vida de Cristo, publicada depois que o autor se o
Papa Bento XVI.
Os
livros “Jesus de Nazaré“,
“Jesus de Nazaré: da Entrada em
Jerusalém até a Ressurreição” e “A Infância de Jesus“, todos publicados pela editora Planeta representam
uma reflexão teológica pessoal do pontífice sobre o significado da vida de
Jesus e sua tentativa de mostrar que os Evangelhos são historicamente
confiáveis.
Bento
XVI começou a escrever o livro “Jesus
de Nazaré” em 2003, logo após sua eleição, quando passou a dedicar
todo o tempo livre à essa primeira obra. O Pontífice é também um teólogo, e
conduz o leitor à procura pela verdadeira vida de Jesus, apresentando sua sua
figura de maneira teológica e histórica. Bento XVI desmonta uma série de especulações
sobre a vida de Jesus, reconstruindo sua vida a partir do Evangelho.
Em “Jesus de Nazaré – da Entrada
Em Jerusalém Até a Ressurreição“, Bento XVI procura demonstrar a relação
duradoura de Jesus com os seus discípulos e com o mundo. Essa é a parte da
história do Nazareno mais conhecida pelo público, mas o autor procura interpretar
a presença de Cristo acima de nós para abrir o mundo a Deus. Pela fé, Bento XVI
demonstra que que Jesus tem suas mãos estendidas sobre nós para abençoar a
todos.
Por último, o livro “Bento XVI –
a Infância de Jesus” que, segundo o autor, não se trata de um terceiro volume,
mas de uma espécie de pequena “antecâmara” aos dois volumes
anteriores sobre a figura e a mensagem de Jesus de Nazaré. O leitor terá em
mãos um pequeno livro, há sobre as narrativas da infância de Jesus. Nesta obra,
Bento XVI procura interpretar aquilo que Mateus e Lucas narram sobre a infância
de Jesus, no início dos seus Evangelhos.
Enfim, o fato é que Bento XVI renunciou ao pontificado em um gesto de
profunda humildade, sentindo que suas forças físicas não lhe permitiriam mais
conduzir a Igreja Católica. Isso provocou uma imensa reflexão sobre a Igreja e
o que significa, realmente, ser católico. Sem entrar no mérito da questão,
parece que Bento XVI foi um papa imcompreendido, considerado mais teólogo que
pastor. Mas não há dúvida que Joseph Ratzinger – Bento XVI, deixa um legado
absolutamente incontestável de uma escrita serena e que, apesar de tudo, soube
enfrentar com prudência e sabedoria os problemas do homem no mundo
contemporâneo.