O anúncio foi feito no final do ano passado: o Facebook
modificaria sua plataforma, acrescentando o que chamou Open Graph API, que
permitiria a qualquer página da web incluir as “features” do Facebook. Na
prática, isso demonstrou que o FB estava procurando se tornar, mais do que uma
rede social, um agregador de identidades.
Essa solução vem sendo sonhada por todos os profissionais de
DBM, CRM e quetais há muito muito tempo. Eu mesmo acompanhei um sonho parecido
de um amigo meu, Fred (que, aliás, faz aniversário hoje – parabéns, Fredão!),
da Sysgen, que criou o conceito Total Contact, que permitiria que as transações
de várias empresas fossem autenticadas de uma forma simples. A idéia partiu de
um “warehouse” de programas de fidelidade, mas descambaria inevitavelmente em
um agregador de identidades.
A nossa idéia não foi pra frente, principalmente porque o
assunto é muito, muito, muito delicado. Significa, em resumo, você colocar
muitas informações confidenciais sobre relacionamentos e transações entre
consumidores e empresas em um sistema que inevitavelmente terá dono ou donos. Que
poderão acessar essas informações e utilizá-las não necessariamente para o
motivo para o qual o consumidor deu autorização.
Sei que Fred vai discordar dessa conclusão minha: ele havia
montado um sistema que impediria isso (se puder explicar em um comentário,
seria ótimo!). O pessoal do Facebook também vai discordar (se algum lesse esse
post, o que não vai ocorrer). Mas o fato é que levantaram uma lebre que não tem
mais tamanho. A reação dos usuários foi certamente muito maior do que os
iluminados do FB previam. Até um anti-facebook foi criado, por estudantes de
NY, que levantaram 100 mil dólares para desenvolver isso. E o próximo dia 31 de
maio foi escolhido como O Dia de Sair do Facebook.
Voltarei a este assunto.