Vários nichos de mercado estão preocupados com a unificação de tributos propostos pela reforma tributária. Por exemplo, o setor de serviços fala em aumento de 25% a 30% de sua carga tributária, indicando que esse aumento de tributos será repassado para os preços. O setor de construção civil também indica que análises direcionam para o alerta de aumento de sua carga tributária, sendo esse aumento de aproximadamente 15%, e da mesma forma avalia repasse do aumento de tributos para os preços.
O “vilão da história” nesses setores e em outros que já se manifestaram é o impacto proporcional da mão de obra em seus custos e despesas operacionais. Setores que tem boa parte de seus custos fundados em mão de obra, trabalham com essa perspectiva de aumento de tributos, considerando a não possibilidade de créditos sobre ela, ou seja, ao calcular o montante de tributos a deduzir para identificar o montante do possível IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) ou IVA ( Imposto sobre Valor Agregado) a recolher, esses setores teriam muito pouco a abater, por conta de pagamentos de IBS ou IVA realizados em etapa anterior de aquisições que oneraram suas compras, considerando a significativa parcela de custos atrelada a mão de obra, parcela essa, que não dá o direito ao abatimento.
Cálculo simples que se faz está relacionado a, hoje, setores como o de serviços pagarem para a grande maioria de suas empresas, 3,65% de PIS e Cofins e 5% de ISS, e a alíquota do IBS ou IVA que está sendo proposta ser de 25% com possibilidade ampla crédito sobre o mesmo IBS pago na etapa anterior de aquisição de insumos utilizados na atual operação de fornecimento.
Assim setores como o de serviços, construção civil, locação de bens móveis e imóveis estão atentos as alterações e trabalham com perspectiva de elevação de carga tributária e consequente elevação de preços.