Pandemia revelou comportamento diferenciado e para o empresário, pensar de forma digital ainda é o maior desafio.
Se no ano passado, o e-commerce brasileiro faturou R$ 75,1 bilhões, no mês de agosto já é possível dizer que esse setor, somado ao crescimento dos aplicativos e supermercados digitais irá aquecer o mercado. “O brasileiro era bem retraído nas compras de perecíveis pela internet e esses últimos meses foram cruciais para essa mudança de comportamento, agora, é a vez do empresário se ajustar” – afirma a mestre em comportamento de consumo digital, Fátima Bana.
No mês de março, por exemplo, o consumidor tentou adiantar todas suas compras, pensando exclusivamente em adquirir alimentos e produtos de higiene e limpeza, responsável pelo aumento do ticket-médio em todas lojas, físicas e online desse segmento. Passado os primeiros 60 dias e com a incerteza da retomada do trabalho presencial, o brasileiro deu mais um passo e começou a comprar materiais de construção e objeto de decoração, visando tornar o seu novo local de trabalho, o home-office, mais funcional. Ainda neste período, houve um aumento considerável de consumidores em clubes de compra, assinaturas de conteúdos e empresas de bebidas alcoólicas que possuem esse modelo de serviço.
Assim, é possível afirmar que a instabilidade econômica não afetará as plataformas de e-commerce. O Brasil registrou um aumento médio de 400% no número de lojas que abriram o comércio eletrônico por mês durante o período da quarentena, isso mostra que além dos novos hábitos de compra, muitos Brasileiros também partiram para o empreendedorismo em lojas online.
A especialista em planejamento, implantação de e-commerce, gestão empresarial e negócios digitais afirma que para aqueles que pretendem entrar no mercado digital, é importante levar em consideração a mensuração e o gerenciamento de vendas. Ela também alerta que essa antecipação forçada, pode levar o empreendedor a cometer erros graves e que para ter sucesso nesse mundo digital é preciso pensar fora do seu ecossistema que se vive para tentar entender o comportamento digital do cliente.
Fatima Bana que evita usar os termos digital e físico, reforça que o sucesso é compreender que as duas estão interligadas e manter o foco na jornada da compra, independente do seu canal. “É impossível separar o que consumimos na TV ou na revista, por exemplo. O tempo todo estamos fisicamente em algum lugar conectados de maneira online, a outro. Por isso, pensar de forma digital ainda é o maior desafio do comercio tradicional” – garante.
É fundamental que as empresas se relacionem com seus clientes em todos os canais, fazendo posts nas redes sociais, usando o WhatsApp como ferramenta de venda e de informações, mas também pensando em comunicação interna e comunicação visual e integrar tudo isso. “Para as empresas, o legado é uma digitalização em todas as áreas, para o consumidor é poder desfrutar de canais de compras integrados em todos os setores” – finaliza Fatima Bana.
Sobre a profissional:
Fatima Bana, mestre em comportamento de consumo digital é especialista em liderança de equipes, planejamento, implantação de e-commerce, gestão empresarial e negócios digitais. A especialista possui formação internacional na área de marketing pela University of Califórnia (UCLA / USA) e atualmente, é graduanda em Neuropsicologia o que garante análises com base nos processos cognitivos. Fatima já atuou como líder em grandes empresas: foi diretora executiva em companhias como Gafisa, Accenture e Tivit, e ocupou o cargo de Head de Marketing na LATAM e CMO da Buser.