Os Efeitos Colaterais da Pandemia nas Mulheres

Os Efeitos Colaterais da
Pandemia nas Mulheres


As mulheres têm tido um papel
multitarefa e estratégico, ainda que  arriscado,
no combate à pandemia. Elas têm enfrentado com garra, energia, e estresse a crise
que abala a saúde desde 2019, ceifando
vidas, deixando famílias sem seus entes queridos e afetando a economia em
escala global.

A pandemia tem um lado que afeta  consideravelmente as mulheres por uma questão simples:
elas se expõem ao vírus com muito mais frequência do que os homens de diversas
maneiras:

  • Dentre as 136 milhões de pessoas no mundo que
    trabalham na área de saúde, suporte, casas de repouso, atendimento e serviço
    social, 70% são  mulheres e elas ainda representam 90% da força
    de trabalho em equipes de enfermagem (International Labour Organization, ILO
    Monitor, April 2020). No Brasil, cerca de 85% das enfermeiras são mulheres, que
    estão vivendo rotinas extenuantes, expostas ao risco de contágio e muitas
    vezes convivendo longe da família por questões de saúde.
  •  No universo da economia informal, elas são mais
    vulneráveis do que os homens. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho
    (OIT), 2 bilhões de pessoas atuam no mercado informal. O Brasil é o país com a
    maior população de empregados domésticos do mundo, com 7 milhões de trabalhadores
    na área – em 2015, 32% das mulheres
    eram diaristas, sem contrato de trabalho (IBGE). Em função da quarentena,
    muitas não estão trabalhando, e consequentemente, perderam sua renda. 
  • mulher é a responsável por cuidar dos
    familiares, crianças, idosos e gerenciar a casa com relação a compras,
    alimentação, segurança, educação, principalmente
     que as escolas estão fechadas. Muitas,
    inclusive, são chefes de família.
     Para complicar, atividades ligadas a educação, comércio, turismo e serviços, nas quais a presença da mulher é preponderante,  sofrem o impacto da pandemia mais do que outros segmentos. 
  • Algumas mulheres – bem como crianças e idosos –
    se encontram em estado de alta vulnerabilidade no tocante a violência doméstica,
    perigosamente confinadas num ambiente tenso, sem recursos, e às vezes tendo
    que conviver com parceiros abusivos, e sem acesso imediato à lei que garanta proteção
    física e emocional. Casos de violência contra a mulher durante a pandemia não
    se restringem apenas Brasil, infelizmente. 

      As queixas

  •  “Maridos folgados, filhos mimados”. Muitas
    mulheres que estão em home office
    reclamam que além da jornada profissional, precisam administrar a educação dos
    filhos, alimentação, limpeza, lazer e bem estar de toda a família. Sem contar com ajuda de uma auxiliar,
    elas têm que se desdobrar para que a casa funcione como uma empresa, embora,
    toda esta carga represente um trabalho não-remunerado. Qualidade de vida é um fator
    de baixa prioridade neste momento.
  • Do ponto de vista cultural,  compartilhamento de tarefas não
    tem sido uma prática  adotada em muitos lares, tornando o ambiente, um campo de constantes batalhas e criando um
    desgaste emocional sem fim entre seus membros. “O clima é tenso”, costuma dizer. 
  •  “Acho que ele perdeu a cabeça. Ele nunca me
    bateu antes”. Redes de apoio, campanhas e aplicativos foram desenvolvidos para
    que a mulher se sinta empoderada  neste período e possa agir com segurança diante de situações de violência
    doméstica e risco de vida. 
  • “Fiz uma denúncia, mas nada aconteceu. Não me
    sinto segura”. 

       É, a vida da mulher não tem sido um mar de rosas nesta quarentena.

Redes, campanhas e
aplicativos

Felizmente várias iniciativas foram criadas
para apoiar a mulher em casos de situação de risco durante a pandemia. O
objetivo é mostrar que ela não precisa se sentir sozinha e que existem
formas de resolver o problema com o apoio de familiares, vizinhos, amigas, polícia e outras
organizações. Aplicativos de transporte têm oferecido descontos em corridas
feitas para a Delegacia da Mulher.

Sabemos que países como Nova Zelândia,
Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Taiwan estão
liderando a luta contra o Covid-19. Estes países possuem mulheres à frente de
seu comando. Que possamos aprender com estas mulheres lições de resiliência,
empatia, flexibilidade, empoderamento e gestão de crise e que possamos sair desta
pandemia fortalecidas, unidas, e principalmente,
com muita saúde!

 

Gladis

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