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Ano de retração

O cenário econômico de retração que o país está vivendo também afetou negativamente o mercado de crédito empresarial. Os números do ano acabaram passando longe do esperado. Segundo Flavio Calife, economista da Boa Vista SCPC, o crédito para pessoa jurídica, em 2015, não atendeu às expectativas. “De acordo com os Indicadores de Condição de Crédito (ICC) do Banco Central, durante os três primeiros trimestres deste ano a demanda tem sido consistentemente menor que a expectativa dos concedentes”, afirma. Para o economista, os baixos índices são resultado da queda no consumo, aumento da inflação e corte de recursos para investimentos, por parte das empresas.
O impacto é tanto que, apesar do final de ano, com a proximidade do Natal e Ano Novo, geralmente, apresentar índices mais altos para a economia como um todo, Calife acredita que o período deve seguir o padrão das demais datas comemorativas ao longo do ano e ficar abaixo das expectativas do mercado. “Em 2015, a Boa Vista SCPC observou, em todas as datas comemorativas, menor intensidade do volume de vendas das empresas. A oferta de crédito, portanto, também deverá seguir a tendência já traçada até então”, pontua.
Apesar dos índices não serem tão positivos, o crédito empresarial é muito importante e, segundo Calife, representa hoje 53% do total de crédito concedido. No entanto, isso pode mudar, já que o crescimento da demanda de crédito empresarial tem sido menor que o crescimento da demanda de crédito para o consumidor. Em outubro, o crédito empresarial apresentou aumento de 7,9% enquanto o aumento do crédito ao consumidor ficou em 8,5%.
Sobre as empresas que tem buscado crédito, a opinião do economista da Boa Vista é que os empresários tem optado por linhas de crédito com pouca qualidade e com maiores índices de juros. “A migração para este tipo de modalidade pode indicar um desgaste das linhas tradicionais, como capital de giro (que foi reduzida consideravelmente em 2015), forçando empresas já endividadas nesta modalidade a optarem por linhas de crédito mais caras. Ou seja, empresas já endividadas estão recorrendo a empréstimos de curto prazo, fator preocupante para análise de inadimplência”, completa.

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