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Com as rédeas nas mãos

Em tese, a elevação na taxa de juros tem o intuito de inibir o crédito e incentivar a poupança, ou seja, adiar o consumo e evitar elevação das taxas de inflação. No entanto, a procura por crédito por parte da população não é tão racional e a elevação não é perfeitamente elástica, segundo Ruy Lopes Cardoso, professor de finanças da Universidade Mackenzie. Com isso, ele vê algumas empresas já tomando medidas para se adaptar ao impacto sofrido com a alta.
De acordo com o professor, nas instituições que concedem crédito, caso dos bancos e financeiras, já está ocorrendo uma redução em algumas modalidades de crédito ao consumo, tentando evitar uma elevação de inadimplência. “Algumas instituições financeiras têm reduzido as operações de concessão de crédito e elevado as taxas de juros, entretanto atualmente ocorre um deslocamento do crédito de instituições privadas para instituições públicas”, explica. Ele reforça que alguns bancos se anteciparam elevando as taxas para recuperação do spread (diferença entre custo do dinheiro e as taxas praticadas na concessão do crédito) enquanto outras que praticavam taxas menores têm conseguido maior recuperação no spread. “O que se verifica é o fato de algumas instituições financeiras terem estrutura operacional para a realização de outros tipos de operações, dependendo menos da expansão do crédito em seus resultados”, aponta Cardoso.
Cardoso explica que, com essas mudanças, dependendo do nível de inadimplência, poderá ocorrer uma redução no crédito em geral, ou talvez uma menor expansão se comparado a outro período e que decisões como redução do spread, podem evitar perdas de negócios com os clientes. Porém essa não é uma decisão que normalmente ocorre nas instituições financeiras privadas. “Desta forma elas podem perder participação nesse mercado para aquelas instituições que reduzirem seus spreads”, afirma.
Já para os clientes o impacto será pela elevação das despesas com crédito. O professor aponta que isso pode gerar casos de inadimplência. “Grande parte da população não se dá conta dessa elevação e só a percebe quando a incapacidade de pagamento aparece”, pontua.

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