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Crédito fácil faz aumentar inadimplência



O sinal amarelo está aceso. De janeiro a novembro desse ano, a inadimplência do consumidor cresceu 15,1%, frente ao mesmo período de 2011, segundo o indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Mais preocupante ainda é que o brasileiro, apesar de se preocupar com as dívidas acumuladas, não muda a postura diante desse cenário devido, principalmente, a incipiente educação financeira, como revelou estudo recente realizado pela plataforma de pesquisa on-line Mind7, em parceria com o Instituto Cristina Penella Planejamento e Pesquisa . Tanto que o cartão de crédito, com 62% de inadimplentes, é a maior fonte de endividamento dos brasileiros, seguido pelas contas ligadas a serviços básicos, aponta a pesquisa.

 

Essa evolução das taxas de inadimplência é resultado das mudanças socioeconômicas ocorridas nas últimas décadas, na visão de Cristina Panella, socióloga e diretora geral da Cristina Panella Planejamento e Pesquisa, empresa de inteligência e tecnologia do conhecimento. “Precisamos analisar esse aparente paradoxo ao longo dos últimos anos quando tivemos um incremento da renda média da população, particularmente das classes menos favorecidas que estavam excluídas do mercado, seguido por um maior acesso ao crédito. O crescimento do poder aquisitivo não foi acompanhado pela educação financeira necessária. Lidar com a inadimplência exige medidas que vão da organização do orçamento doméstico ao conhecimento e habilidades, exigidos na negociação com bancos e operadoras de crédito”, diz Cristina.

Evidenciando os aspectos geoeconômicos, a plataforma de pesquisa on-line também indica que as maiores taxas de inadimplência se concentram no norte e nordeste do país, nessas regiões, 50% e 48% dos entrevistados, respectivamente, estão endividados. No Sul e no Centro-Oeste se encontram os menos inadimplentes, 39% e 41%, respectivamente. Para Cristina, nas regiões mais pobres do país ainda falta conhecimento de mercado por parte da população e isto resulta em dificuldades na organização das finanças. “O que provavelmente ocorreu foi que, concentrando áreas de maior pobreza, essas regiões não tiveram somente um ganho em sua renda: elas entraram em um mercado até então desconhecido para elas. Portanto, têm mais dificuldades em lidar com suas características: prazos, juros etc.,” aponta Cristina Panella.

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