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Menos burocracia

Autor: Germano Leardi Neto
O governo federal movimentou-se para tentar manter o mercado imobiliário aquecido em 2014 e nos próximos anos. No mês passado, a União apresentou novas medidas para facilitar a liberação de crédito e diminuir a inadimplência no setor.
A primeira mudança envolve a burocracia. Agora, todos os documentos do imóvel podem ficar concentrados em um único cartório. O objetivo é diminuir os gastos e acelerar o processo de aquisição do imóvel.
Há medidas mais complexas. A principal delas envolve tentar reduzir os casos comuns de inadimplência no financiamento imobiliário. Com as novas regras, os bancos terão mais facilidade na retomada dos bens em casos de falta de pagamento. Nesse sentido, bens como carros, caminhonetes, tratores, entre outros, poderão ser usados como garantia em caso de falta de pagamento. A expectativa é que, com essas novas garantias, os juros possam cair.
Outra mudança está na possibilidade de usar um imóvel já quitado como garantia para financiamento de um novo, aplicando até 3% dos recursos da poupança. Com essa medida, segundo o Ministério da Fazenda, serão gerados até 16 bilhões de reais em novas operações. 
A última iniciativa do governo foi a criação do título “Letra Imobiliária Garantida”. Os bancos vão poder emitir esse título, que será isento de imposto de renda, para captar recursos para financiar unidades habitacionais. Como o título atende a padrões internacionais, isso pode significar que capital estrangeiro também poderá financiar o setor de imóveis no Brasil.
As mudanças nas regras do financiamento são fundamentais, pois ele tem sido a principal força por trás do bom momento do setor. Em 2013, o volume de empréstimos chegou a 109 bilhões de reais, um avanço de 32% em relação a 2012. A movimentação financiou mais de 529 mil unidades habitacionais.
No fundo, a meta é fazer com que o crédito imobiliário represente 15% do PIB brasileiro nos próximos cinco anos. Atualmente, está na casa dos 8%, representando um índice ainda muito abaixo dos Estados Unidos (80%) e do México (13%).
No entanto, para entrarem em vigor, todas as ações dependem da edição de duas medidas provisórias, de resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN) e de emendas a projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. As mudanças, portanto, vão ser colocadas em prática conforme as aprovações. E o governo garantiu que os resultados das eleições não vão interferir nessas mudanças.
As medidas são extremamente importantes para o setor. Apesar da retração da economia e da restrição ao crédito, o sonho da casa própria continua sendo unanimidade entre os brasileiros. Propostas que vão ao encontro desse objetivo são sempre muito bem vindas.
Germano Leardi Neto é diretor de relações institucionais da franqueadora imobiliária Paulo Roberto Leardi.

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Menos burocracia

Na penúltima semana de agosto, o Banco Central anunciou um novo conjunto de medidas, para injetar dinheiro na economia brasileira. Com isso, a pergunta que fica é: quais serão os reflexos disso? Segundo Marcos Crivelaro, professor de matemática financeira da Fiap, no que diz respeito aos financiamentos dos imóveis, a burocracia deve diminuir. “Bancos vão poder emitir novo tipo de título, que será isento de imposto de renda, para captar mais recursos e emprestar para financiamento da compra de imóveis. Essas medidas diminuirão às reclamações pertinentes aos aspectos burocráticos de contratação e tornando valores mais disponíveis com taxas menores”, explica.
Além disso, para Crivelaro, as medidas também deve ter impacto nas pequenas e médias empresas, já que com a eliminação de burocracia, haverá maior rapidez para a obtenção de financiamentos de grande quantia financeira. “Pelas regras atuais, os bancos têm de ajuizar ações na Justiça para débitos acima de R$ 30 mil para poderem lançar essas operações como prejuízo e, subsequentemente, solicitar abatimento de créditos tributários. Com a mudança, será solicitada a ação judicial somente para débitos acima de R$ 50 mil, com garantia, e de R$ 100 mil – sem garantia”, afirma.
Sobre como as ações do BC devem impactar na inadimplência, o professor acredita que o endividamento deve diminuir com a melhoria das condições de contratação e menores taxas e impostos. “A tendência é reduzir o custo para consumidor e empresário, criando condições para redução do spread [diferença entre a taxa que os bancos pagam aos depositantes e a taxa cobrada nos empréstimos]”, comenta.

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