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Não é só uma questão de gosto…

As últimas medidas anunciadas pelo Banco Central já trazem mudanças para o setor automotivo. Pensando em atrair consumidores a adquirirem um novo carro, os bancos agora estão reduzindo as taxas de juros no financiamento de veículos. No entanto, para tirar o melhor proveito dessa política, especialistas destacam a importância de manter um bom relacionamento e ter as contas em dia com uma instituição financeira. Na opinião de Marcos Crivelaro, professor de matemática financeira da Fiap, os bancos são empresas presentes na vida de todas as pessoas e esse relacionamento tem ficado cada vez mais intenso, por isso, é importante que o cliente possua características de bom pagador. “Manter uma boa relação é a melhor forma de conseguir obter as melhores taxas para aqueles serviços bancários que você tanto utiliza. Clientes mais antigos contam com melhores taxas, tanto para pagamentos de débitos quanto para investimentos. O relacionamento com o banco é sempre uma via de mão dupla, é muito importante saber seus deveres e honrá-los, para que você seja visto como um bom cliente e seja cada vez mais valorizado”, comenta.
A Caixa Econômica Federal, por exemplo, vê com bons olhos esse contato mais próximo. De acordo com Fábio Lenza, vice-presidente de negócios emergentes do banco, o relacionamento do cliente com a instituição financeira é um dos fatores mais importantes e comumente utilizado no mercado para auxiliar na melhoria das condições de crédito. “Conhecer o comportamento do cliente mitiga o risco de crédito e, consequentemente, reduz as taxas”, afirma o executivo, que acredita no impulso do mercado do crédito com a redução das taxas de juros, pois ela irá gerar maior volume de contratações de financiamentos. “Isso desperta o interesse do consumidor e é um incentivo para a tomada de decisão, principalmente na compra de bens. Além disso, historicamente, essa ação, aliada a outras estratégias do banco, reflete positivamente em vendas para o mercado de veículos.”
Essa opinião é compartilhada por Luiz Carlos Lemos, especialista em finanças e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, mas não de forma tão otimista. “Não creio que haja um grande impacto, pois, nos últimos anos, a elevada demanda no setor automobilístico, realizou o consumo de muitos brasileiros, que por sua vez, não deverão voltar às compras tão cedo, uma vez que o automóvel é um bem de consumo durável”, comenta.
INADIMPLÊNCIA
Por outro lado, aumentar o volume de empréstimos, pode gerar incertezas financeiras futuras, já que muitos consumidores assumiram outros financiamentos, segundo Karolina Coghe, professora do Centro Universitário Salesiano de São Paulo. “A redução dos juros é uma tentativa de atrair mais consumidores, que reduziram a demanda por crédito em meio à piora das condições da economia. Boa parte dos consumidores já comprometeu parte de suas rendas com empréstimos de longo prazo, como o imobiliário (média de 25 anos), ou perderam poder de compra com a alta da inflação”, explica.
Sobre este forte incentivo aos financiamentos de automóveis, Karolina explica que pode representar risco de inadimplência, pois que não há garantias em relação à permanência nos empregos. “O incentivo ao crédito é uma forma de endividamento em longo prazo. A concessão de crédito exacerbada pode ser geradora de grande endividamento dos indivíduos e com isso criar um ´trade off´: a sobra de estoques nas concessionárias ou alta inadimplência”,  afirma.
Já Crivelaro acredita que isso não deve influenciar na inadimplência dos consumidores, se as análises das condições dos clientes forem bem avaliadas e o cliente for bem orientado com uma simulação dos pagamentos. “Com o risco de inadimplência, que atualmente gira em torno de 6%, os bancos passaram a aumentar as exigências para cessão de crédito, condicionando o prazo dos financiamentos ao valor da entrada e reduzindo os prazos de pagamentos”, explica.

E na sua opinião, qual será o principal impacto da redução das taxas de juros no financiamento de veículos? Deixe a sua opinião na enquete do portal Portal Crédito e Cobrança.

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