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O cenário econômico, tímido

Diante de um cenário de instabilidade externa e temores em relação ao crescimento econômico nacional, a Acrefi, Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, realizou, nesta semana, um evento sobre varejo e oportunidades de investimento no Brasil. “Estamos em um ritmo menos acelerado no cenário econômico. Endividar o consumidor, com índices de inadimplência já elevados, não é a melhor alternativa para alavancar o crescimento”, pontuou Érico Sodré Quirino Ferreira, presidente da instituição, durante o cerimonial de abertura.

O Brasil continua crescendo, mesmo que em ritmo menor, sustentado principalmente pelo comércio, de acordo com Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian. “A evolução do crédito, neste contexto, tem sido determinante”, ponderou, acrescentando que o crédito crescerá lentamente no 2º semestre. “A inadimplência ao consumidor deve atingir 7% até o final deste ano, dentro da curva que estamos acompanhado mensalmente”, projetou o economista.

O crescimento da classe média como resposta para manter o ritmo de consumo em alta foi o tema de Samantha Pearson, correspondente do jornal Financial Times no Brasil. “O crescimento da classe média de 2005 a 2011 colocou 40,3 milhões de pessoas na classe C no mercado. A renda média familiar aumentou 66% e, tivemos no Brasil, no ano de 2010, 22 milionários por dia. É um resultado atraente para investimentos”, ressaltou. Como sinal de alerta, Samantha expôs que o brasileiro gasta um quarto do seu salário com dívidas, o que é motivo de preocupação. “O consumo como principal responsável por não deixar que aconteça uma queda muito acentuada no PIB está se esgotando. É preciso pensar rapidamente em um novo modelo”, enfatizou.

O economista Paulo Rabello de Castro, sócio fundador da RC Consultores, disse que a situação na Europa, nos Estados Unidos e mesmo nos países emergentes deve impactar os preços das commodities. Na visão dele, o modelo de crescimento com base no investimento retraído em infraestrutura e incentivo ao consumo das famílias impede que o País avance como deveria. “É necessário deslocarmos incentivo a todos os setores, tendo a sociedade um papel fiscalizador ativo neste movimento”, considerou.

A valorização da moeda norte-americana contra o real, também foi tema abordado por Castro durante o evento. “Podemos ter picos de elevação cambial com o dólar atingindo até R$ 2,20, mas essa oscilação deverá normalizar entre R$ 1,90 a R$ 1,95”, projetou o economista, que finalizou de maneira otimista lembrando que o varejo deve continuar em crescimento no próximo ano, ainda que de forma mais lenta. “O Brasil, mesmo diante de qualquer crise, terá uma sobrevivência espetacular”, aponta.

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