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O crédito em pauta



Em entrevista exclusiva ao Portal Crédito e Cobrança, Ademiro Vian, diretor adjunto de Produtos e Financiamentos da Federação Brasileira de Bancos, FEBRABAN, fala sobre as linhas de financiamento disponíveis para pequenas e médias empresas e como o crescimento do mercado de crédito contribui para o desenvolvimento do País.


Quais as formas de financiamento mais comuns e disponíveis para pessoas jurídicas?
As formas mais comuns de financiamento têm como característica o empréstimo parcelado, como o capital de giro, voltado para pagamento de dívidas programadas e de médio-longo prazo, e crédito rotativo, como cheque especial e conta garantida, que servem fundamentalmente para pagamento de dívidas não programadas e cobertura emergencial de caixa. Além destas, que são as linhas de crédito mais tradicionais, existem também as linhas de antecipação de recebíveis, como cheques, duplicatas e cartões, que apresentam taxas mais competitivas em relação às anteriores.


E, em quais situações as empresas não devem solicitar créditos? Por quais motivos?
O crédito deve ser solicitado sempre de forma planejada e programada, com destinação definida dos recursos obtidos e dentro da capacidade de pagamento da empresa. Deve-se evitar a qualquer custo confundir os planos da PF com os da PJ.


Quais os fatores primordiais para que os gestores de uma empresa consigam se organizar sem a necessidade de concessão de crédito?
Contrair uma dívida bancária não é um erro e deve ser encarada com naturalidade pelo empresariado. Às vezes para crescer é preciso contar com capital de terceiro, sempre de forma programada e escolhendo um empréstimo alinhado ao perfil da necessidade da empresa.


Que cuidados uma empresa deve ter antes de solicitar crédito? Como deve ser feito o planejamento e a preparação?
A empresa deve planejar o destino do recurso e prever que a geração futura de caixa, suporte o custo adicional do empréstimo. Do ponto de vista operacional, a empresa deve estar preparada para fornecer informações como balanço, auditado, estatuto interno, informações dos sócios, etc.


Quais os principais motivos que levam a recusa de uma concessão de crédito para uma pessoa jurídica?
Basicamente apontamentos de restritivos, como Serasa e situação do balanço da empresa.


Por parte das empresas de concessão de crédito, que cuidados devem ter antes de conceder crédito a uma pessoa jurídica?
Basicamente todas as empresas que concedem crédito ao varejo trabalham com sofisticados sistemas de aprovação de crédito por escoragem, nos quais são considerados uma série de dados das empresas para identificar seu perfil de risco. Além disso, é fundamental conhecer o cliente como um todo, perfil dos sócios, histórico da companhia, mercado em que atua, razões pelas quais está buscando o empréstimo etc. Todas essas informações são fundamentais para evitar problemas no futuro.


Em caso de inadimplência, quais ferramentas de negociação devem dispor?
Sistemas que consigam identificar com alguma antecedência sinais de que a empresa está atrasando os pagamentos e daí por diante uma boa régua de cobrança, que determina em que momentos o cliente deve ser acionado para conversar sobre a situação. Hoje em dia, as instituições financeiras contam com equipes próprias e especializadas para realizar o serviço de cobrança de dívidas em atraso.


É possível nos dar uma visão geral do atual mercado de concessão de crédito para pequenas, médias e grandes empresas?
O mercado de concessão de crédito tem crescido muito nestes últimos anos, contribuindo para o desenvolvimento econômico do País.


Para finalizar, há algo que gostaria de acrescentar sobre o mercado de concessão de crédito à pessoas jurídicas?
Na última década, o crédito no Brasil vem registrando um crescimento médio anual de 20%. Ritmo forte, bem superior ao PIB. Esse crescimento recente foi basicamente sustentado pela conjunção favorável de fatores decorrentes da estabilização da economia brasileira a partir de 2004. A nova dinâmica possibilitou uma expressiva redução nas taxas de juros dos financiamentos, reflexo das quedas da inflação e da Selic, do aumento da concorrência bancária e do próprio avanço das linhas de maior garantia, contribuindo para o desenvolvimento do País.

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