Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), envolvendo 800 entrevistas pessoais aplicadas em pontos de fluxo da Capital, apontou que 60,3% dos móveis e 53,9% dos eletrodomésticos são adquiridos a prazo pelos cidadãos. Além desses itens, o crédito também é majoritário entre a reforma da casa, contando com 51,9% das adesões. De acordo com o superintendente geral da ACSP, Márcio Aranha, embora os paulistanos prefiram pagar à vista, essa visão muda conforme o valor do produto. “O critério para utilização do crédito pelo consumidor paulistano é o preço a ser pago pelo bem e se o valor cabe ou não nas contas do mês”, ressalta.O especialista também afirma que, de acordo com que os consumidores responderam na pesquisa, muitas parcelas acumuladas significam um adiamento de novas compras e dificuldade de administrar as dívidas. “O consumidor não gosta de contrair dívidas. Contudo, o crédito é visto como uma necessidade, e não como opção”, afirma. Dentro das compras a prazo, embora os juros sejam indesejados, a maioria dos entrevistados não sabem das taxas praticadas. “Entre os consumidores das classes D e E, 73,5% não sabem qual é a taxa de juros cobrada nas compras parceladas. Eles alegam isso ao entusiasmo do ato da compra”, comenta Aranha.
Entre os consumidores da baixa renda, quando desejam evitar os juros, a tendência é juntar dinheiro para dar uma entrada, dividir em menos parcelas, quando a parcela cabe no orçamento, ou mesmo recorrer à poupança para pagar à vista. “Além disso, salientamos que 79,2% dos paulistanos escolhem o menor número de parcelas quando realizam compras a prazo”, informa Aranha acrescentando que “a extensão do parcelamento varia conforme o tamanho da prestação que cabe no orçamento de cada família”.
Outro fator atrelado à aquisição de crédito pelo paulistano é o receio de não conseguir quitar as dívidas. Segundo Aranha, “quanto menor a renda, maior o medo de não conseguir cobrir os débitos”. É interessante notar que esse temor se estende a todas as classes socioeconômicas, sendo que nesse cenário, 72,4% dos entrevistados das classes D e E receiam comprar a prazo por medo de não conseguirem pagar, enquanto esse nível é de 55,4% na classe C e 47,8% nas classes A e B.





















