Autora: Ju Ferreira
Você já parou para pensar que o mundo só existe, tal qual conhecemos, graças às vendas? Isso mesmo! Acompanhe o raciocínio: profissionais vendem suas habilidades às indústrias no que chamamos de emprego. A junção das habilidades e dos insumos comprados de outras companhias dá origem a uma gama de produtos – de alfinetes a iates, passando por carros e roupas – que são o quê? Vendidos! Ou seja, direta ou indiretamente, é graças ao ciclo virtuoso de compra-venda-pagamento-compra que a roda da economia permanece girando e tudo ao nosso redor continua a existir.
Nessa seara, em maior ou menor grau, #somostodosvendedores. Para muitos, vai parecer estranho: “Mas eu nem atuo na área comercial!” Explico: ao nos comunicarmos com qualquer pessoa, mesmo que não verbalmente, estamos vendendo ideias e ideais.
E aqui cabe um bom exemplo. Quando nos candidatamos a um emprego, elencamos no currículo nossas habilidades e experiências profissionais. Para a entrevista, vestimos nossa melhor roupa – a que melhor comunique a imagem que queremos passar. Durante a conversa, buscamos passar segurança e confiança, apresentando resultados e demonstrando que somos imprescindíveis para o sucesso daquela companhia. Se a imagem de profissional competente for comprada, somos contratados.
Vender é um trabalho de conquista. É mostrar que o que se está vendendo – com ou sem aspas –, é realmente necessário para a vida do outro. E isso, boa parte das empresas sabe fazer muito bem. De montadoras de carros a grifes de roupas, de equipamentos de tecnologia a cursos à distância, muitas são as situações em que sentimos que “precisamos” daquilo que está sendo oferecido.
Essas empresas e pessoas dominam como ninguém a arte de vender: de despertar no público o sentimento de falta, a vontade de ter exatamente aquilo. Mas vender não se trata apenas isso. É essencial também o domínio da arte da empatia, de ouvir com atenção o que o cliente deseja e necessita – e as redes sociais são um importante mecanismo para isso. O resultado são as novidades constantes no mercado, as ofertas customizadas, as soluções sob medida.
Já que toda a economia é movida por esse ciclo, é quase impossível não pensar naqueles que não usam e abusam desses mecanismos para obter sucesso. Há dois grupos: os que ainda não se deram conta do poder das vendas e aqueles que insistem que não vendem porque “não sabem vender”. A boa notícia é que as habilidades de persuasão e negociação podem muito bem ser aprendidas.
Vender é uma ciência: há inúmeras técnicas, passo a passos, mecanismos e gatilhos ensinados em cursos e workshops. Além disso, as editoras já lançaram títulos e mais títulos sobre cada aspecto do ciclo de vendas. Sendo assim, existe razão para não tentar melhorar as vendas?
A abstenção muitas vezes advém de dois dos piores medos da humanidade: o da rejeição e o de se sentir vulnerável. E quem nunca se sentiu pequeno ou foi rejeitado, que atire a primeira pedra! Sentir medo é normal, mas confie em mim quando eu digo que vencer o medo é possível.
Vender é basicamente se comunicar: ouvir com atenção e se expressar com calma e clareza. Assim, se você conseguir melhorar a sua comunicação, mesmo que não tenha domínio formal da técnica, conseguirá estabelecer uma conexão com os interlocutores – e isso, por si só, representa meio caminho andado para atingir a excelência em vendas, independente do seu ramo de atuação.
Ou seja, aprender a ouvir com atenção, desenvolver real empatia e treinar a comunicação efetiva são os próximos passos.
Vender é como pescar. Ambos são a junção da técnica com a paciência.
Assim, no fundo, #somostodospescadores.
Ju Ferreira é palestrante e mentora, criadora da metodologia Alquimia Pessoal, executiva de uma empresa de TI há 17 anos.