Notícias na mídia aqui e ali apontam para uma revolução recheada com doses de respeito e valorização da mulher no universo hollywoodiano. Várias iniciativas têm demonstrado que as mulheres estão falando alto, cobrando posturas que envolvem desde igualdade nos cachês recebidos, além de protagonismo na direção e participação nos filmes, além de respeito, muito respeito. Estas iniciativas marcantes questionam o modo como a mulher tem sido vista, tratada e remunerada.
Nunca se falou tanto dos bastidores de Hollywood como agora. Movimentos como “MeToo”, “Time´s Up”, “AskHerMore” e “HeforShe” expõem o pior lado da poderosa indústria de cinema e convidam homens e mulheres a se manifestarem contra abusos, assédios, retaliação e ameaças de ostracismo. Desde o dia 5 de outubro, quando os jornais New York Times e New Yorker denunciaram o magnata Harvey Weinstein o cenário mudou e nunca mais será o mesmo.
Agora executivos pensam duas vezes antes de escalar um elenco que precisa estar acima de qualquer suspeita para garantir a receita milionária e impedir um boicote de proporções titânicas. E se antes o protagonista garantia o sucesso, nesta nova era ele pode afundar um filme. É preciso passar pelo teste da “ficha limpa”. Se não passar, é demitido. Vide o caso Kevin Spacey. Sua “House of Cards” caiu!
Se isso for uma decisão de comum acordo ou “top-goela-down” não importa. O que vale é que existe uma busca de culpados e eles já estão sendo punidos. É alarmante saber que nossos ídolos não são tão exemplares assim. Mulheres e homens contaram tudo o que sofreram e o mundo ficou sabendo dos assédios e abusos que acontecem há muito tempo. Nesse período os movimentos foram ganhando corpo e a adesão das mulheres que foram vítimas: é um panorama macabro. Vamos ver como termina este imbróglio.
Mulheres no Poder: Na Índia, uma veterana da Intel, Debjani Ghosh acaba de assumir a presidência da Associação Nacional de Empresas de Software e Serviços (Nasscom, em sua sigla em inglês) em abril – 30 anos depois da associação ser criada. A entidade, que defende o setor de serviços de TI da Índia, representa algo em torno de US$ 167 bilhões. Uma responsabilidade e tanto. A Sra. Ghosh nos representa.
A partir de junho a Arábia Saudita permite que as mulheres possam dirigir seus carros. O país era o único no mundo onde as mulheres eram proibidas de dirigir, tarefa delegada ao pai, marido ou irmão. Liberdade e pé na tábua!
Estatísticas: Histórias de sucesso de um lado, incongruências de profundidade abissal de outro: uma pesquisa da ONG Oxfam reporta que a igualdade salarial entre homens e mulheres deve acontecer daqui a 30 anos. Outro dado: De acordo com a Forbes, de cada 10 bilionários no mundo, só 1 é mulher. O ranking leva em conta 1810 pessoas com fortuna de mais de US$ 1 bilhão. No grupo há apenas 190 mulheres, das quais 33 construíram o patrimônio com uma carreira ou negócio de sucesso; as demais são herdeiras.
O Brasil contribui com sua cota de injustiça: apesar de representar 44% dos trabalhadores, as mulheres ocupam apenas 37% dos cargos de gerência e diretoria. Nos comitês executivos são menos de 10% e ainda ganham 85% de seus colegas homens. Em 2007, este valor era 82%, um avanço muito tímido, portanto, para um público academicamente melhor preparado: a mão de obra com nível superior completo é 59% feminina. O que acontece? Estudamos mais para ganhar menos?
O Brasil, longe de ser a Islândia, primeiro país do mundo a proibir a diferença salarial entre homens e mulheres no mesmo cargo, precisa urgentemente criar iniciativas sustentáveis que possam diminuir o fosso salarial entre homens e mulheres. A batalha está longe de ser vencida, mas é muito bom ver que o assunto representa uma preocupação global que repercute em todos os cantos do mundo, inclusive aqui.
Quero parabenizar as mulheres que se esforçam para fazer do mundo um lugar melhor todos os dias. Feliz 8 de Março!
Gladis