O modelo “tudo grátis!” não foi inventado pelo Google. A bem da verdade, esse modelo está na essência da Internet. O problema era como transformá-lo em economicamente viável. No início, buscou-se o suporte dos governos, mas esse é o tipo do modelo que não vai muito longe. Aí, vieram os rapazes do Google e deram o “nó no pingo dágua”. Eles descobriram que bastava fornecer as ferramentas — blogs, mapas, o que quer que seja – que o público geraria conteúdo e tráfego. O passo seguinte seria simplesmente transformar essas contribuições em vendas. E a gigante ficou de pé.
Agora, a lista de ferramentas com que o Google “generosamente” nos brinda aumentou: ontem, eles anunciaram que YouTube passa a ser uma plataforma, além do popular destino que se tornou. Traduzindo, YouTube está liberando uma aplicação de interface de programação que permitirá a qualquer um “integrar o conteúdo e as comunidades do YouTube a outros websites, a aplicações de desktop, vídeo games, celulares, tvs, câmeras e muito mais”. A ferramenta permite hospedagem e gerenciamento através do YouTube – uploading, edição de metadados, display de feeds através de embedding customizados, etc. Tudo absolutamente de graça!
Primeiro exemplo: o jogo Spore, da Electronic Arts, ansiosamente aguardado, por aficionados de video games, permitirá que os aparelhos capturem vídeos de suas “criaturas” postados no YouTube. Ainda este ano, quem tiver um TiVo poderá acessar o YouTube diretamente de seus DVRs. O grande alvo, porém, e claro, são os atuais clientes, pessoas físicas ou jurídicas, ou sites, que usam os serviços de hospedagem de vídeos.
É mais um movimento inteligente da parte deles. Cada vídeo que for publicado por terceiros, usando a plataforma, vai expandir a biblioteca de YouTube. Além disso, os vídeos sempre levarão o logo YouTube, não importa em que interface apareçam. Os usuários não poderão monetizar os vídeos com seus próprios anúncios, mas YouTube poderá servir anúncios a seu bel-prazer.