Ainda no tema sustentabilidade, volto à questão da impressão ou não de documentos tais como boleto de cobrança, extratos de cartão de crédito ou de movimentação de conta corrente. Esta semana, fui bombardeado de todos os lados. Sejam e-mails afirmando que o melhor e mais seguro para mim seria que pasasse a receber os extratos e cobranças via eletrônica já que entre outras coisas estaria salvando o planeta, e, pela porta de casa a correspondência convencional.
Vejam, não sou e jamais poderia ser contra a cobrança eletrônica, pelo contrário. Desde que o modelo respeitasse o ciclo como um todo como sendo eletrônico. Isto é, me cobram eletrônico, eu pago eletrônico e a comprovação do pagamento também seja eletrônica. O que adianta fazer o discurso todo se o processo é metade uma coisa, metade outra e ainda pedem, no caso de problema, um fax com a autenticação mecânica do pagamento? Que os gurus da sustentabilidade da “boca pra fora” olhem para dentro e vejam quanto desperdício existe internamente e o quanto precisam melhorar os seus processos, antes de virem a público e transferir a responsabilidade de salvar o planeta ao cliente.
Por outro lado, se a gente for ver a cobrança tradicional, feita através dos documentos postados pelo correio, a contradição pode ser ainda mais irônica. O que precisamos receber é, na maior parte dos casos uma folha A4, impressa de um lado só ou as vezes dos dois, conforme o caso. Nem é tanto assim. Por outro lado, junto com ele, vem três, quatro e as vezes mais folhas em papel couche 95, brilhante, colorido, impresso dos dois lados com propaganda que não pedimos, travestida de informações úteis.
Não posso afirmar, mas é possível que, se optarmos por não receber mais os documentos em papel, continuaremos a receber a propaganda em papel e também por e-mail, já que isto faz parte do business como eles gostam de dizer. Extrato e cobrança não, é somente desperdício de papel. Talvez por que propaganda represente investimento e o resto é custo. Uma questão de Ebitda.
Gente, concordo que precisamos cuidar do planeta, mas com seriedade que o assunto merece e não com bravatas que apelam para sensibilidade do cliente mas não representam, de fato, nada de efetivo. Está mais para o “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço” !!!!
Pensem e comentem!
Até a próxima.
Excelente!! E por falar em propaganda, e a mais nova campanha publicitária do Itaú “sem papel”? O quê que aquele bebê tem a ver com isso? Pura apelação… Da próxima vai ser um cachorrinho fofo dando pirueta? 😛