Jornais vs mídia Social: Uma Evolução?

Jornais vs mídia Social: Uma Evolução?

Por: Eric Lieb

Bom vamos começar o ano com uma reflexão dos últimos 10 anos: Eu era um assíduo leitor de jornal. Assinava um jornal de grande circulação, e devorava as colunas de economia, os quadrinhos (ninguém é de ferro!) e depois um pouco da seção sobre a minha cidade (São Paulo). As mídias sociais naquele momento (2008) estavam bombando com assuntos supérfluos (Orkut caindo, Facebook subindo, Twitter tomando força, Whatsapp nem existia) e piadinhas, fotinhos engraçadas. Ou seja, não era nada “importante”.

Com o passar dos anos, as notícias foram ficando cada vez mais instantâneas, on-line, e foram migrando para as mídias sociais. Em 2012, me dei conta que a maior parte da informação que eu estava buscando já estava online, seja em sites de notícias (como o Terra, UOL e Estadão) como nas mídias sociais (principalmente R=Twitter e Facebook). Nesse momento tomei a decisão de cancelar minha assinatura, apesar de todos os esforços comerciais do jornal que assinava em não querer que eu cancele (e de seus erros no tratamento com o cliente, mas isso é assunto para outro post).

Pronto! Estou totalmente online, e agora?

Agora nos últimos 5 anos percebi que nao estou perdendo nada. Se uma notícia é importante, ela já aparece no meu mural do face ou como notícias do minuto no twitter, ou mesmo alguém comentando via Whatsapp. Já quase não consulto mais os sites de notícias. E acho que isso esta acontecendo com todo mundo. O Brasil acabou de ver uma eleição de Presidente da República feita quase que inteiramente online, tanto pelo custo como pelo dinamismo e alcance.

A internet já é uma realidade na maioria dos lares brasileiros. Segundo dados do IBGE, número de domicílios com acesso à internet no Brasil chegou a 70,5%, ou seja praticamente ⅔ da população acessa internet, e muito via terminal móvel (celular + tablet).

Um estudo feito nos Estados Unidos, pela Pew Research, feito em 2017 e 2018 mostra essa mudança de comportamento. Em 2017, 18% os consumidores americanos buscavam notícias por meio de jornais impressos, e 18% via meios digitais (leia-se mídias sociais). Já em 2018, a busca de notícias no meio físico caiu para 16% enquanto que on-line, 20%. Estou mostrando claramente que houve uma migração ali, mas a TV ainda é o meio de notícias #1 no mercado Norte-Americano, respondendo por 49% nas pesquisas.

Outro fator surpreendente é o percentual de consumidores na faixa etária considerada como Millenials (18-29 anos), onde somente 2% consomem as notícias por meio impresso.

Não é a toa que o Grupo Abril, após amargar dificuldades financeiras crescentes, entrou em recuperação judicial em Abril de 2018. E em Dezembro, o empresário Fábio Carvalho compra a Abril. A negociação durou quatro meses, e o acordo inclui a gráfica, a editora, a distribuidora de revistas e uma empresa de logística do grupo Abril.

Mas na contra-mão disso, em 2013, o mega empresário / milionário / executivo-chefe da Amazon, Jeff Bezos, adquire o jornal Washington Post. Isso mesmo, ele adquire um jornal físico, que estava minguando e perdendo dinheiro.

E você lê jornal? ou migrou para a mídia social? Onde você busca suas noticias?


Eric Lieb é coach, empreendedor, mentor. Apaixonado por tecnologia digital, atuou desde o início da internet no Brasil como executivo em empresas de TI e telecom e como consultor. É co-autor de livro sobre Atendimento nas Mídias Sociais.  Empreendedor serial, atualmente é executivo da Digaa Telecom.


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