SOPA é o acrônimo de Stop Online Privacy Act. Trata-se de uma lei proposta por republicanos conservadores e que está para ser votada a qualquer momento. Se for aprovada, vai limitar dramaticamente o fluxo de imagens, sons e textos na web, afetando a minha, a sua e a vida de bilhões de internautas, estadunidenses ou não. Porque afeta o fluxo que passa por servidores da web localizados nos EUA. Esse fluxo terá que se submeter a essa legislação, ainda que usuários e conteúdos sejam de outros país. O pretexto é proteger direitos autorais, mas o que vai proteger mesmo são os privilégios e o poder das grandes corporações de mídia e outras, ameaçados pela liberdade de troca de conteúdos que ocorre na Internet.
Comentando o assunto, Carlos Castilho, jornalista, professor e pesquisador na área de produção colaborativa online, afirma que há um conflito entre dois estilos de fazer negócios, vinculados a duas concepções diferentes de encarar a atividade criativa. Segundo ele, “o modelo tradicional prioriza a propriedade sobre a criatividade, enquanto a web se baseia no livre fluxo de conteúdos para promover a diversificação de enfoques e a maior amplitude possível na recombinação de dados, fatos e informações”.
A SOPA é apoiada por organizações poderosas – e não exatamente conhecidas pelo amor à liberdade e à ética – como a indústria farmacêutica, que teme perder o controle de patentes de equipamentos. Do outro lado, há uma enorme mobilização dos usuários da internet nos Estados Unidos aos quais deveríamos nos unir.
Até onde sabemos, nenhum órgão da grande imprensa, sempre tão afoitos a acusar de censura qualquer movimento por regulamentação de conteúdos, até mesmo quando não se pede mais do que se respeitar um direito de resposta, tratou do assunto.
Fonte: Observatório da Imprensa