Coluna Econômica da Agência Dinheiro Vivo:
Todas as pesquisas corporativas sobre TI
(Tecnologia da Informação) mostram que a tendência atual das grandes empresas é
em duas direções: os chamados BIs (Business Inteligence) e as redes sociais. No início, as empresas tinham processos com
baixa automação. Depois, passaram a utilizar planilhas eletrônicas. No momento
seguinte, esses processos foram automatizados através dos chamados ERPs
(Enterprise Resouce Planing), ou sistemas de gestão.
A etapa seguinte foi montar BIs em tempo
real. Mostra na hora o estoque, o produto existente, dá baixa no vendido etc. Agora se entra na fase da chamada “bola
de cristal”, modelos que permitam definir projeções de venda, necessidades
de estoques, de capital de giro etc. Esse mercado por explodir ainda não tem dono.
De acordo com projeções da IDC, o mercado brasileiro de BI movimentou cerca de
R$ 480 milhões em 2010. Espera-se que cresça entre 15 a 20% ao ano até 2015. No mundo – segundo pesquisa divulgada pelo
Gartner – aplicativos analíticos e de gestão de desempenho movimentaram US$
10,5 bilhões em 2010, aumento de 13,4% com relação aos US$ 9,3 bilhões de 2009.
Há quatro grandes companhias disputando a
liderança, com market share muito próximo: SAP, IBM, Oracle e SAS. Mas somando
a participação dos quatro, ainda assim é menor do que a dos demais
concorrentes, somados. As principais empresas já identificaram essa
demanda e buscam sua estratégia. A SAP tem a vantagem de possuir o ERP mais
demandado. Por isso pode incluir suas soluções de BI com mais facilidade. A IBM
tem um belo BI, o Cognos, e um portfolio de soluções para pesquisas
não-estruturadas na Internet. Por outro lado, a SAP não tem hardware integrado
e a IBM não tem aplicativos.
A Oracle aposta que a revolução no setor será
a oferta de equipamentos que já integrem hardware, software, BI,
telecomunicações. Segundo Cyro Dihel, presidente da Oracle
Brasil, a indústria de TI sofisticou soluções para as empresas mas acabou
transferindo a complexidade do tema para os clientes. O CIO (responsável pela
área de TI) ainda não é uma função estratégica, porque passa 80% do tempo
administrando milhares de fornecedores de tecnologia. Nos últimos anos, a Oracle investiu US$ 50
bilhões na aquisição de empresas que componham uma solução completa: a
PeopleSoft, de recursos humanos, a Hyperion, de projeção de cenários, a BEA,
para redes sociais..
Todas as quatro empresas adquiriram novas
companhias no mesmo momento. Daí a dificuldade de definir a nova campeã. A aquisição da Sun, pela Oracle, conferiu-lhe
não apenas uma máquina potente, mas alguns ícones do mercado de software
aberto: o banco de dados MySQL, o aplicativo OpenOffice além da linguagem Java,
das mais utilizadas para desenvolvimento. Temeu-se que pudesse fechar os aplicativos
para a comunidade do software livre. A ideia é contrário: tanto a Oracle quanto
a IBM deram-se conta de que essa parceria é fundamental. Hoje em dia, 100% das soluções da Oracle são
do chamado padrão aberto – assim como as da IBM.
Com o avanço dos indicadores nas instâncias
públicas, os Bis serão uma ferramenta fundamental para o exercício da
transparência pública.