Para falar de leitura, temos que começar pela escrita. E tudo indica que foram os antigos sacerdotes da Suméria (antiga região da Baixa Mesopotâmia, hoje Sul do Iraque) que inventaram, mais ou menos na mesma época, a roda e a escrita. O texto criado de uma forma bem rudimentar: com um formão, gravavam símbolos à mão em tabuletas de argila. Surgia o primeiro livro.
E por quê? Bem, na realidade, foi a contabilidade que deu origem a essa “pré-literatura”. Era necessário saber quem tinha pago quanto em troca de qual mercadoria. As impressões eram feitas em imagens e logo evoluíram para símbolos que representavam os sons da fala.
Dessa forma, as palavras atravessaram o tempo e registraram mensagens de uma época, de um povo e de uma cultura. Foi assim, mais tarde, com os egípcios e seus hieróglifos.
Com o decorrer dos anos, a leitura deixou de ser apenas uma obrigação, uma necessidade. Poetas, filósofos e escritores passaram a registrar seus sentimentos em contos, histórias e fantasias, apenas pelo prazer de compartilhá-los. E assim, surgiu o prazer pela leitura.
Então, saltamos para o século XXI, um novo mundo digital onde os livros travam uma guerra árdua com “inimigos” cada vez mais fortes, como You Tube, o MySpace e o Orkut. Isso sem falar nos videogames e nas centenas de canais de TV a cabo.
Mas, por que as pessoas ainda lêem livros apesar do progresso e da revolução tecnológica? Será que existe uma resposta?
Recentemente, li uma reportagem no jornal “O Estado de S. Paulo” cujo título “Como começar a gostar de ler” era bem sugestivo. Falava sobre uma teoria que diz que é preciso encontrar um primeiro livro “arrebatador” e, a partir desta experiência, nasceria o prazer pela leitura. Este me parece um bom começo, mas talvez não seja tudo.
Mas quem forma bons leitores hoje em dia? É claro que a família ajuda. Ter pais que gostam de ler e incentivam os filhos faz diferença. A escola e os professores então, nem se fala. Este é o caminho natural, mas não explica o gosto pela leitura espontânea.
No fundo, o gosto pela leitura é um processo meio mágico. Acredito que as forças externas e a própria sociedade contribuem para a gestação de um leitor apaixonado. Mas a grande força que leva alguém a desenvolver o hábito de ler vem de dentro. É como um sopro de luz na veia interna da imaginação de qualquer um. É um passaporte individual para uma viagem interior. Sim, a leitura é um ato muito particular de cada um. E isso não consigo racionalizar. É assim e pronto.
Mas, voltando à teoria do “primeiro grande livro a gente nunca esquece”, é bem provável que a primeira experiência de um leitor iniciante exercerá um papel fundamental no seu futuro. Dizem que se alguém aprendeu a ler e não se tornou um leitor assíduo é porque faltou prática na leitura. Ou, quem sabe, faltou esse primeiro grande livro…
Buscando pela memória, no meu caso, a minha primeira paixão literária não foi um clássico. Mas foi amor à primeira vista. E não por coincidência, o livro “Para Gostar de Ler” (Volume 1) era um livro bem curtinho, que foi indicado pela escola como leitura obrigatória. Porém, o efeito foi arrebatador (sim, exatamente igual à teoria acima). Também, pudera. Um livro que reunia alguns contos de ninguém menos do que Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga.
Ainda guardo com muito carinho o exemplar original desta pequena obra de 80 páginas da Editora Ática, de 1977. Um livro que me traz nostalgia, e me ensinou a apreciar todos os tipos de leitura. Das fantasias do Pequeno Príncipe à ficção de Harry Potter, da simplicidade baiana de Jorge Amado às emoções contemporâneas de Khaled Hosseini.
Tudo pelo gosto da leitura, pelo prazer de folhear um livro, de admirar uma obra escrita. Tudo Para Gostar de Ler…
Um abraço,
Não é difícil lembrar qual foi meu primeiro livro arrebatador, foi “Meu Pé de Laranja Lima” de José Mauro de Vasconcelos. Infelizmente eu emprestei – para nunca mais ver…- minha edição original mas logo tratei de comprar outra. Foi um livro que me fez chorar (muito), rir (alto) e mergulhar nas aventuras do pequeno Zezé. Simplesmente inesquecível!
Parabéns Marco!
Gostei muito de te ver por aqui e de quebra poder pegar umas dicas de leitura e aprender mais com você!
Grande abraço!!!
Estou lendo “Menino do Engenho” do José Lins do Rego e é muito interessante. Os locais, personagens e experiências são maravilhosos. A descrição do fim da seca com o rio ressurgindo é sensacional.
Parabéns Marco!
Gostei muito de saber que posso pegar uma dicas de leitura legais e aprender mais com você por aqui!!!
Um forte abraço!
Li alguns livros na infância como Cristiane F, mas nenhum havia me mercado. Já quase adolescente, estava um dia vasculhando as gavetas do meu pai achei um livro com uma capa um tanto peculiar “Os Dragões do Éden” um livro de Carl Sagan era escrito com uma linguagem técnica e explicava várias teorias da formação do Universo, Evolução das Espécies e Inteligência Humana, Ciência da Computação. Tenho ele até hoje um exemplar de 1977 ano em que nasci.
Um abraço Marcão!
Li alguns livros na infância como Cristiane F, mas nenhum havia me mercado. Já quase adolescente, estava um dia vasculhando as gavetas do meu pai achei um livro com uma capa um tanto peculiar “Os Dragões do Éden” um livro de Carl Sagan era escrito com uma linguagem técnica e explicava várias teorias da formação do Universo, Evolução das Espécies e Inteligência Humana, Ciência da Computação. Tenho-o até hoje o exemplar de 1977, ano em que nasci. Está me dando até uma vontade de rele-lo.
Um abraço Marcão!
Li alguns livros na infância como Cristiane F, mas nenhum havia me mercado. Já quase adolescente, estava um dia vasculhando as gavetas do meu pai achei um livro com uma capa um tanto peculiar “Os Dragões do Éden” um livro de Carl Sagan era escrito com uma linguagem técnica e explicava várias teorias da formação do Universo, Evolução das Espécies e Inteligência Humana, Ciência da Computação. Tenho-o até hoje o exemplar de 1977, ano em que nasci. Está me dando até uma vontade de rele-lo.
Um abraço Marcão!
parabéns Marco.Realmente a leitura exerce em quem gosta de ler um efeito mágico e contagiante.Aprendi desde muito cedo o amor pela leitura e pela escrita motivada sempre pelo meu pai um grande leitor de livros e da vida. Meu primeiro livro apaixonante foi o Meu Pé de Laranja Lima. Depois, outros tantos,que vieram contribuir para minha formação pessoal e profissional.Você está de parabéns pelo seu blog e pelo seu trabalho. Aguardo para breve um livro seu. Abraços com carinho. Marilu
Bom, é mais ou menos como você comentou… A escola ajuda muito! Acho que tinha uns 9 anos e a professora indicou (para a prova, por isso li) “A Marca de uma Lágrima”… Era um romance, para pré adolesecentes e como faz tempo não lembro dos detalhes…
Na minha adolescência parei um pouco de ler, mas aos 18 anos “encontrei” Harry Potter, Código da Vinci e Wyvern – o Dragão Alado…
Hoje não consigo mais andar ser um livro comigo seja qual foro asunto…
Marcelo,
Otima ideia de começar um blog sobre livros. Uma sugestão é o Mundo e Plano, do Thomas Friedmam. O jornalista arrasou em alguns conceitos de sociedade da informação. Voce indica algum outro nesta mesma linha?