O que a Alemanha, Finlândia, Islândia, Taiwan, Nova Zelândia, Noruega
e Dinamarca têm em comum? Mulheres no
poder! São líderes destemidas na luta contra o Covid-19, obtendo resultados
promissores ao reduzir as mortes e minimizar a dor da população que
representam. Estas mulheres sabem como desenvolver estratégias e liderar
equipes no cenário da pandemia e diariamente tomam decisões baseadas em empatia,
foco, parcerias, assertividade, equilíbrio, resiliência, risco, colaboração e segurança.
Por sua atuação, estas governantes têm servido de paradigma para outros
líderes no gerenciamento da crise que abala o mundo, e principalmente a mulher:
elas representam 70% dos profissionais de saúde em todo o mundo; são vítimas da violência doméstica; estão mais sujeitas a
empregos informais e/ou mal remunerados e dedicam em média, 21 horas por semana
com afazeres domésticos e cuidado de pessoas – na pandemia este tempo deve ter
se multiplicado várias vezes. Para elas, o Covid-19 é um inimigo exigente,
invisível e cruel.
Mas o que as líderes globais estão fazendo? Katrín Jakobsdóttir (Islândia) foi prática e
ágil e testou gratuitamente 10% da população, além de adotar um completo
sistema de rastreamento dos casos. Tsai Ing-Wen (Taiwan) intensificou a
produção de equipamentos de proteção individual e tomou medidas preventivas no
dia 31/12, assim que soube do vírus em Wuhan. Jacinda Ardern (Nova Zelândia) foi proativa,
adotando medidas para “eliminar” a curva. Sua estratégia “go hard and go early” – enfrentar
a crise de maneira dura e no ínicio, foi abordar a crise imediatamente, restringindo
totalmente o acesso ao país com apenas 100 infectados. Angela Merkel (Alemanha) compreendeu logo de
início a seriedade do problema e impôs várias medidas de teste, rastreamento e
isolamento da população. Erna Solberg (Noruega) adotou
programas para contenção do vírus e já é um dos poucos países a flexibilizar as
restrições de isolamento. Sanna Marin (Finlândia) usou o poder e a influência
das redes sociais para combater a epidemia. Lá, as crianças já começam a
retornar às aulas, facilitando o retorno dos pais ao trabalho. Mette Frederiksen (Dinamarca) permitiu a reabertura das escolas primárias,
com rigorosas medidas de higiene para evitar o contágio e sem reuniões entre
professores ou aglomerações de alunos na sala. O país começa a liberar gradualmente
o funcionamento de comércio e serviços. Todas as ações desenvolvidas levaram em
conta as condições sociais, econômicas e estruturais de cada região, bem como o
tamanho da população, evidentemente.
É obvio que estas mulheres devem ter enfrentado resistência de seus
pares, da população e talvez até da família, mas foram firmes em seus
propósitos. Tomaram decisões radicais, nem sempre simpáticas, mas que visaram a
saúde e bem estar da população e estão tendo resultados animadores. Mulheres
inspiradoras, que merecem respeito e admiração em nível global.
Gladis Costa