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A era dos devoradores de emoções

Autor: Asier Bollar

Até os mais incrédulos devem aceitar as provas de que acabamos de inaugurar uma nova era, a ´Era Pokemon Go´, pode provocar ranger de dentes em muitos; aos que não eram fãs do anime nos anos 90 ou aos usuários básicos de celular. Se alguém duvidava da importância da experiência de cliente, pode discutir o assunto com os 21 milhões de usuários ativos que segundo a empresa de análise Sensor Tower passam mais tempo caçando pokémons (33 minutos e 25 segundos) do que navegando no Facebook (22 minutos e 8 segundos), Snapchat (18 minutos e 7 segundos), Twitter (17 minutos e 56 segundos) ou Instagram (15 minutos e 15 segundos).

A mudança de comportamento gerou o mesmo impacto que a colisão de um meteoro com a Terra. Nossa sociedade se abalou com o efeito em cadeia que se repete em cada continente, Europa, Ásia ou América Latina, uma nova forma de relacionamento entre pessoas, empresas e com a tecnologia. Já falamos das novas expectativas do consumidor que o Pokémon Go evidenciou como a velocidade dos acontecimentos. Em uma nova perspectiva apontamos algumas estratégias de mercadologia da nova era Pokemon que se revela em cada detalhe do jogo.
1. Engajamento, emocionar conectando, todo modelo de negócio deverá colocar o engajamento no centro. O consumidor atual é um devorador de emoções. Mesmo aqueles que não acompanharam o Pikachu nas séries saíram da comodidade de suas casa para andar pelas ruas e viver a nova experiência.  Primeiro passo, qual será o principal vínculo com seu consumidor? Um caminho disruptivo como o consumo verde, ético, cooperativo, uma experiência de atendimento ao cliente impecável com tecnologia multicanal – a última tecnologia que satisfaz a sede de desafios dos millenials com comunidades sociais online, fóruns de auto ajuda ou chatbots para conversar no Facebook. Só um consumidor feliz se conectará facilmente
2. Ser geolocalizável, ´ser ou não ser´ já não é mais a questão e sim, ´onde existes, na internet, mobile, nas redes, em um app, ou em todos os canais possíveis?´. A geolocalização atualmente é uma ferramenta de comunicação que une o mundo digital ao mundo físico através da realidade aumentada. Para as empresas, a realidade aumentada é alcançada proporcionando ao usuário múltiplos canais de contato que se conectam entre si, disponíveis o tempo todo, a partir de seus dispositivos podem escolher usar o auto serviço na internet, de lá solicitar contato com um atendente, ser atendidos através de ferramentas multimídia de chat, receber um vídeo, link ou um SMS. Tudo isso, em seus celulares e sem sair de um app.
3. Pokeparada, nova maneira de atrair e captar, se pudessem capturar um Mewtwo, quantas pessoas iriam correndo para o local para poder capturá-lo? Centenas de negócios e até empresas como McDonalds já se beneficiaram por associação direta ou indireta com o jogo. De qualquer forma, a chave desta lição de estratégia não é que todos façam publicidade no Pokemon Go, e sim, identificar se esse é um modelo de negócio atrativo. As empresas cada vez mais vão se ver obrigadas a pensar em estratégias de promoção e incentivos muito mais elaboradas e disruptivas. Ser uma Pokeparada significa oferecer emoções, desafios e recompensas, nunca se viu tanta pizza, bebida ou recargas de celular grátis. É hora de fortalecer a criatividade e identificar os elementos de alto valor que atrairão os consumidores. Há empresas que sabem fazê-lo muito bem como a Giff Gaff, operadora britânica de celular que é referência de Pokeparada, emociona e conecta seus clientes dando-lhes o poder de participação nas decisões e na estratégia da empresa, implementando 10% de suas ideias. Recompensa o consumo com um programa de payback, oferece soluções de serviço com uma plataforma empréstimos POP e todo ele com uma plataforma tecnológica de atendimento ao cliente impecável. 
4. Ter um ginásio e defensores do ginásio. Fidelizar, o ginásio é uma genialidade dos criadores do jogo para atrair, identificar e treinar superfãs. Já faz tempo que falamos sobre a importância desta estratégia de mercadologia. A captação e lealdade não serão mais coisas da publicidade e sim dos trabalhos que os superfãs das marcas e negócios  realizarão. No ginásio os melhores jogadores podem usar suas habilidades para não morrer de tédio, satisfazer seu ego com reconhecimento e poder sobre seguidores e, além disso, receber recompensas. Para construir seu ginásio precisarão ter listas de ferramentas de auto ajuda que reconheçam sua liberdade para gerir suas necessidades e habilidades tecnológicas, combinando-as desde os níveis fáceis como vídeos, chats, níveis médios como redes sociais, e níveis avançados como fóruns de auto ajuda onde se descobre os superfãs. Os usuários mais ativos devem receber títulos e reconhecimentos nas redes com um esquema de gamificação e toda participação deve ter uma recompensa grande como pontos resgatáveis, reembolsos ou doações a causas beneficentes, por exemplo. 
5. Utilizar os times, expandir e crescer, quando os  jogadores alcançam um certo nível, é solicitado que sejam leais a um dos times: Instinct, Mystic e Valor. Cada time compete para manter a liderança nos ginásios e se tornar uma potência na área. Outra genialidade que reflete a união de valores entre realidade e ficção, a lealdade. 
As novas estratégias de lealdade utilizarão ao máximo seus consumidores superfãs, cada um construirá suas comunidades pessoais com o incentivo certo. Os novos modelos de empresas usam incentivos para que a comunidade faça uma parte importante do trabalho comercial, para cada novo membro se recebe uma recompensa, além de uma total anual. A tendência será habilitar ferramentas comerciais aos superfãs, como seu próprio site comercial e apps que integram o envio de links e SMS para gerenciar as inscrições e recompensas. Os benefícios são imensuráveis para as estruturas comerciais e para os centros de atendimento ao cliente.
Em muitos meios, o foco do debate passa a ser monitorar se o número de jogadores diminui ou cresce. Finalmente chega-se a conclusão irrelevante que no futuro o jogo cumpra seu ciclo e acabe, coisa que acontecerá. O importante é que o Pokemon Go abriu a caixa de pandora, novos elementos de troca escaparam transformando a maneiro como interagimos, e ainda que agora o jogo esteja no centro desta nova maneira de relação, quando desaparecer, os indivíduos continuarão demandando emoção, relevância, desafios e recompensas; e as marcas, empresas e organizações deverão recriar um pokeuniverso em si mesmas para existir no universo do novo consumidor.
Asier Bollar é diretor de marketing para América Latina de Aspect Software.

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