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A Internet e as novas tecnologias


Roberto Guarnieri

A arte imita a vida e tem o condão de antecipar-se ao que virá. A cena de um leitor ver atualizado em tempo real as notícias de um jornal que está lendo num trem de metrô ou numa lanchonete já fez parte de mais de um filme, caso de Minority Report, do diretor Steven Spielberg, baseado na obra de mesmo nome do autor Philipe K. Dick. As novidades tecnológicas que vêm diariamente à tona e deixam a todos boquiabertos estão aí para dar verossimilhança à ficção. O mundo vivencia uma revolução que apenas os muito bem iniciados nos estudos sobre o universo virtual puderam vislumbrar décadas atrás.

Ainda sobre o filme, são contundentes as cenas em que o personagem principal é identificado pela configuração da íris quando entra numa loja e uma voz virtual não apenas o identifica como demonstra que suas preferências de consumo são conhecidas no estabelecimento. É o marketing de vendas e de relacionamento aproveitando toda a potencialidade da tecnologia. Difícil duvidar de que estamos caminhando para essa realidade.

O domínio dos processos que resultam nesses avanços nascem na esfera hermética dos laboratórios, onde gênios de diversos calibres se empenham em descobrir formas diferenciadas de contato com o público possuidor de celulares, laptops, palms e afins. Feitas as descobertas, os movimentos seguintes no tabuleiro virtual são no sentido de firmar na sociedade a noção de que elas são necessárias e fazem diferença na qualidade de vida. É preciso conquistar corações, mentes e bolsos.

É neste ponto que devem entrar em cena os especialistas do marketing e da publicidade. A missão de apresentar às empresas e ao mercado usos funcionais para tais tecnologias é o diferencial que, desde já, vai sedimentando as possibilidades de sobrevivência.

Por enquanto, o entretenimento constitui a base maior das aplicações encontradas. Músicas e vídeos em formato digital sobressaem nas ofertas. Este é um reflexo do forte apelo que as novidades exercem sobre o público jovem e também de uma parcela já à beira da maturidade. Testemunhas da chegada e usuárias dos primeiros produtos, estas gerações vão exigir novas soluções tecnológicas compatíveis com as necessidades criadas pelo inexorável passar do tempo.

Uma das vertentes é o apoio à saúde. Aparelhos celulares já incorporam recursos capazes de monitorar os batimentos cardíacos, de medir a quantidade de açúcar no sangue e até indicar o nível de estresse. Se necessário, as informações podem ser enviadas pelo ciberespaço e agilizar os procedimentos de controle ou de socorro.

Conexões sem fio a redes de atendimento já estão disponíveis para minimizar o isolamento e serão naturalmente ampliadas na esteira do barateamento de custos, outra conseqüência natural de toda e qualquer melhoria introduzida pela ciência.

Empresas estabelecidas que tenham perspectiva de longevidade precisam se mexer e aprender a explorar o caminho desbravado pela ciência da computação. Verdadeiros impérios já sentem nos calcanhares a neoconcorrência ainda pulverizada dos empreendedores da web. Muito mais familiarizados com os expedientes da informática, os jovens conquistadores somam a visão de um mundo pronto, fatalmente em busca de mudanças, e a vivência plena da modernidade. Esse quadro lhes dá a desenvoltura necessária para assumir posições de liderança.

Aos incrustados em postos de comando e portadores de convicções cambaleantes, a dica é de que olhem atentamente e sem medo para os portais da era da comunicação instantânea e da interatividade. O velho e o novo andam juntos por algum tempo. Depois, o primeiro fica, invariavelmente, para trás.

Roberto Guarnieri é presidente e diretor de Criação da A1.Brasil.

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