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A missão do headhunter do novo milênio


Ruy Philip

O advento da globalização alterou significativamente as relações entre empresas e clientes. A constante evolução da Tecnologia da Informação e a rapidez com que as informações se propagam obrigam as corporações a buscar novas maneiras de se relacionar com os públicos, de forma a oferecer sempre um diferencial em relação à concorrência.

Nenhum setor produtivo é imune às mudanças e elas devem atingir, em pouco tempo, – talvez nos próximos cinco anos – as empresas de recrutamento e seleção de executivos, fazendo com que elas passem a desempenhar um papel mais amplo no novo milênio.

Há anos, as prestadoras de serviços de headhunter atendem os clientes de maneira pontual, respondendo à expectativa de que, conhecendo um pouco do negócio deles, busquem o executivo adequado para uma posição definida naquele determinado instante.

Esse tipo de atendimento, entretanto, parece fadado ao desaparecimento. Com a globalização da economia, os clientes fatalmente buscarão mais do que isso nos headhunter, exigindo que estejam muito mais atentos aos negócios não só sob o prisma local, mas principalmente sob o ponto de vista global. A expectativa será a de poder contar com um profissional altamente especializado, com ampla cultura, um verdadeiro consultor que acompanhe de perto os movimentos do mercado, possa prever os rumos do setor e, baseado nesses elementos, fazer sugestões sobre o perfil do executivo que eles irão necessitar não só no presente, mas também daqui a alguns anos.

O novo consultor headhunter terá de antecipar-se à necessidade do cliente, antecipar-se ao movimento do mercado e discutir estratégias, para ter a dimensão exata do profissional que ele precisa e que poderá resolver os problemas atuais e futuros da empresa.

Tomemos como exemplo o setor de Tecnologia da Informação, que vem crescendo rapidamente no mundo todo. O novo consultor headhunter deve ter a capacidade de enxergar quais serão as possíveis taxas de crescimento do mercado nos próximos cinco anos e indicar que tipo de profissional o cliente vai necessitar para alcançar as metas nesse período.

Essa nova prática pressupõe uma relação de trabalho baseada em um contato maior entre empresas-clientes e prestadoras de serviço de recrutamento e seleção de executivos, diferente daquela que existe hoje. Isso exige transformações culturais nas duas pontas do processo: da parte das empresas de headhunter, um reaparelhamento que possibilite um mergulho mais profundo nas atividades de cada cliente, de maneira a formar uma ampla base de conhecimento do negócio do cliente em nível nacional e global; pelo lado dos clientes, a abertura de um canal de comunicação constante com o prestador de serviços e a visão de que o consultor é um parceiro que sempre busca oferecer a solução mais adequada.

Muitas vezes a solução mais adequada para o cliente pode não ser aquela que ele julgava necessitar. Assim, o novo consultor headhunter deve ter a liberdade de mostrar que, com base nos movimentos e projeções do mercado e no panorama colhido sobre a atuação da empresa, um problema que o cliente pensava ter, por exemplo, no setor de vendas, na verdade ocorre por causa de uma deficiência em outro departamento e é nele que é preciso atuar.

Da mesma forma, o novo consultor headhunter, também com base no acompanhamento do mercado, deve projetar para o cliente as necessidades que ele terá no futuro, mostrando que, atingidas as metas planejadas, em pouco tempo ele precisará buscar um profissional com determinado perfil que possa dar seqüência aos planos da empresa.

Nessa nova relação comercial, a confiança mútua é essencial. Empresa de prestação de serviços e cliente têm de firmar uma parceria muito bem alinhada, quase uma cumplicidade. Só assim, o cliente terá a sensação de que existe um parceiro se preocupando com o seu negócio as 24 horas do dia e não apenas quando é chamado.

Em um futuro próximo, as empresas de recrutamento e seleção de executivos deixarão de exercer o papel de “bombeiros”, correndo para “apagar o incêndio” quando eles ocorrem e passarão a ter um papel “preventivo”. Os clientes já estão começando a entender isso. E, como já foi dito, ninguém é imune às mudanças. É só uma questão de tempo.

Ruy Philip é consultor sênior e sócio-diretor da Transearch Brasil.

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