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A nova competitividade


A busca frenética por maior competitividade é uma luta neurótica por parte de muitos profissionais. O sujeito acorda, come e dorme pensando em como melhorar os resultados da sua empresa e ainda sonha em estar atingindo ou extrapolando suas metas. É certo que não basta mais ser competitivo somente pelo método usual, ou seja, pelo tripé preço, qualidade/tecnologia e serviços. Esses três itens não perderam sua importância e relevância e a competitividade usual é extremamente importante sendo à base de sobrevivência de qualquer negócio.

O que gera crescimento sustentável e a longevidade da sua empresa está ligado ao que chamo de nova competitividade, ou seja, um novo padrão de excelência, crenças, postura e principalmente comportamentos, onde as lideranças devem ser o maior exemplo. Vejamos alguns pontos da nova competitividade e como isso ajuda na sua organização e sua carreira:

Gestão do capital intelectual. O tema é atual, a teoria esplêndida, mas a prática deixa muito a desejar. Como gerir o capital intelectual de uma empresa onde muitas delas ainda não conseguem nem sequer manter os dados atualizados de seus clientes? Lembro que o capital intelectual também inclui fornecedores, parceiros, clientes e comunidade. Quantos profissionais com curso superior ainda estão em funções rotineiras? Ou quantos estudam a vida inteira uma nova língua e nunca a praticam? A questão, o maior desafio é organizar o capital intelectual e criar novos fatos, deixar a criatividade fluir, dar mais espaço para novos projetos e talentos valorizando quem os sugeriu e negociando a sua implantação.

Gestão do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Sim, gestão! Enquanto as empresas ficarem somente no discurso de que é preciso maior qualidade de vida, os resultados continuarão os mesmos: pessoas estressadas, esgotadas, alta rotatividade e altos custos com planos de saúde. É tudo o que ninguém quer! A nova competitividade está baseada no talento humano, no conhecimento, na inovação e criatividade, mas tenho a impressão que a maioria das empresas prefere matar a galinha dos ovos de ouro – a saúde de seus profissionais e seus relacionamentos amorosos e familiares. As empresas devem investir na qualidade do trabalho e não apenas nas horas trabalhadas; e o governo não pode continuar atrasando a reforma trabalhista necessária para flexibilizar a relação capital – trabalho. Tenha a certeza de que vale a pena implantar programas de qualidade de vida para seus colaboradores.

Investir na cidadania. Só seremos um país de primeiro mundo quando tivermos um povo de primeiro mundo. O governo não faz, ou faz muito pouco e mau feito, então não tem jeito. Esse papel terá de ser cumprido pelas empresas. Não me parece justo, mas não vejo outra solução mais efetiva, pelo menos a curto prazo. Interagir com a comunidade, contribuir para o desenvolvimento de bons valores, ética e educação é sempre um investimento de longo prazo, mas com retorno garantido. Afinal são as pessoas que formamos hoje que serão nossos consumidores e diferencial competitivo no futuro. Proporcionar acesso a atividades culturais e esportivas formam um maior senso crítico e são a base de qualquer país de primeiro mundo.

A nova competitividade está, na minha opinião, baseada nos pontos acima, e sei que é um caminho longo, árduo, mas cheio de desafios e recompensas. Pois como diria o publicitário Nizan Guanaes: “Pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si”.

Paulo Araújo é palestrante e escritor. (www.pauloaraujo.com.br)

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