O desejo de desfrutar uma aposentadoria precoce no Caribe já não é mais o sonho dos jovens executivos de grandes corporações mundiais. Hoje, esses profissionais querem aprender a gerenciar uma organização e deixá-la apta a encarar as incertezas do mundo político e econômico. Essa é a conclusão do estudo “A Vision of Tomorrow’s Corporate World – Future Leaders Forum 2002” publicado pela consultoria A.T. Kearney e baseado no evento 2.º Fórum de Futuros Líderes, realizado em fevereiro deste ano, na cidade suíça de Davos.
Na primeira edição do evento, em novembro de 2000, a ambição dos jovens era tornar-se experts em e-business e se aposentar aos 35 anos no Caribe. No segundo encontro, aproximadamente 100 jovens executivos de 24 países mostraram-se preocupados com a recessão econômica e em como lidar com ela. A publicação expõe as principais idéias dos palestrantes e as conclusões dos participantes sobre: governança, inteligência competitiva e gerenciamento de risco, e gerenciamento de negócios.
Veja abaixo algumas das conclusões:
1º Governança: O 2.º Fórum Futuros Líderes deixou bem claro que no futuro as corporações não estarão focadas somente em resultados financeiros, mas principalmente em dois novos critérios: ética e imagem.
Ética – as modernas corporações precisam oferecer, além de bons produtos e serviços, um ponto de vista ético e uma visão da utilização dos recursos naturais. Os CEOs precisam manter a atenção nas preocupações de seus públicos (acionistas, empregados, organizações civis, ongs) e mostrar que estão assumindo a chamada responsabilidade social. Além disso, precisam escolher valores para compartilhar com seus funcionários.
Imagem – O intensivo uso dos meios de comunicação está expondo as companhias. As mensagens das empresas têm-se tornado uma “commodity” e o sucesso delas junto à opinião pública está cada vez mais baseado em como sua imagem é vista. Esta imagem normalmente nasce da combinação de um número de fatores sobre a companhia: o que elas fazem, como fazem e o que deveriam fazer ou não. Em muitos casos, a boa imagem da empresa e do CEO é uma questão de confiança. Portanto, é recomendável que empresas e CEOs comuniquem-se pró-ativamente com o mundo externo.
2º Inteligência Competitiva e Gerenciamento de Risco: A informação está disputando um importante papel no mundo dos negócios. Os produtos estão se tornando cada vez mais sofisticados, exigindo do público mais entendimento e conhecimento.
3º Gerenciamento de Negócios: Mudanças organizacionais nunca cortam um atalho. Porém, a mudança de todas as dimensões de uma organização imediatamente (estruturas e processos e limites) pode permitir um ganho significativo na performance da empresa. Novas tecnologias estão abrindo canais de comunicação diretos e interativos entre níveis gerenciais e departamentos e entre cliente e fornecedor.
A chave para o futuro: educação e inovação. De acordo com Paul Dubrule, fundador e co-chairman do Grupo Accor, o elemento mais importante no gerenciamento de Recursos Humanos é a educação. Treinamento e educação são vitais para o desenvolvimento do espírito humano.
Segundo Jean Callahan, vice-presidente de Executive Search da A.T. Kearney no Brasil, para uma organização obter uma alta performance e um crescimento de mercado acelerado é necessário analisar dois fatores. “A empresa deve analisar o desenvolvimento interno de talentos, identificando executivos de alto potencial dentro da empresa, e tentar atrair talentos externos”, afirma Callahan. Além disso, a executiva comenta a importância de estabelecer um plano de carreira claro dentro da organização.