A transformação digital dos bancos

A América Latina reúne duas condições fundamentais para o desenvolvimento do setor financeiro nos próximos anos: 45% da população adulta não está atrelada a uma instituição financeira e uma das maiores penetrações digitais do mundo (mais de 70% com acesso a smartphones). Além disso, apenas 21% dos clientes bancários estão dispostos a manter o seu nível de negócios atual com o banco que operam e 87% dos consumidores estão dispostos a conhecer um player não-tradicional. Além disso, o potencial de geração de receita a partir da população sem acesso ou com pouco bancário pode chegar a US$ 34 bilhões. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “A nova relação digital: uma história sobre finanças e o setor bancário” desenvolvida pela iProspect, que entrevistou 4 mil consumidores no Brasil, México, Colômbia, Chile e Argentina.
O objetivo foi entender as percepções em relação aos bancos e às fintechs. “Como os consumidores hoje se beneficiam de uma infinidade de opções, os bancos precisam se reinventar para permanecer relevantes. Fluência tecnológica, eficiência operacional e capacidade de adaptação acelerada às mudanças regulatórias são pilares evidentes para um melhor desempenho, porém, em um setor onde a confiança e a experiência do cliente são o alfa e o ômega, a compreensão genuína das expectativas dos consumidores é – mais do que nunca – a verdadeira receita para o sucesso”, afirma Bruno Mosconi, diretor geral da iProspect Brasil e um dos autores da pesquisa.
O estudo mostra que 32% dos consumidores já utilizam serviços tanto de bancos tradicionais quanto provedores não-tradicionais e 25% gerenciam as finanças em ambientes online. Considerando que 46% dos consumidores atualmente esperam uma solução de atendimento de última geração, 24h, 7X7, qualquer organização que ofereça serviços financeiros, seja um banco tradicional, varejista ou um gigante da tecnologia, é primordial oferecer uma experiência customizada, porém escalável. Para tanto, será necessário aproveitar as mudanças atuais de percepção em relação ao progresso na automação e no uso de dados – mais de 50% dos consumidores estão dispostos a compartilhar seus dados em troca de uma solução de atendimento ao cliente 24 horas.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, mercado com alta concentração e baixa concorrência, o potencial também é muito grande, com mais de 50 milhões de pessoas sem acesso a serviços financeiros. A pesquisa revela que 73% dos brasileiros gerenciam as finanças fazendo uso regular de serviços online e que 81% estariam dispostos para um provedor não-tradicional. “Depois de anos sem grandes solavancos, o cenário do setor financeiro no Brasil vem mudando. Players mais acessíveis e centrados no usuário estão surgindo com soluções voltadas aos consumidores cada vez mais digitais, com demandas cada vez maiores por praticidade, transparência e serviços personalizados”, afirma o diretor.
Algumas mudanças que merecem destaque incluem as empresas de tecnologia financeira que agora podem emprestar dinheiro sem a intermediação de bancos e, desde 2010, o setor de pagamentos foi desmembrado. Além disso, existem outras iniciativas em andamento sobre criptomoedas, tokens e câmbio internacional. “Este estudo deixa claro a importância das instituições financeiras investirem no desenvolvimento e promoção de seus aplicativos, no estabelecimento de canais de bate-papo 24h e de parcerias com fintechs e outros players para o desenho de serviços cada vez mais convenientes e inovadores”, conclui Mosconi.

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A transformação digital dos bancos

O Bradesco é a organização que mais tem implementado evidências e elementos ligados à transformação digital por conta de suas relevantes incursões no mundo virtual, em especial, com o banco digital Next e com o projeto Habitat, espaço de coinovação criado para apoiar projetos de inovação bancária com todo seu Ecossistema de Negócios e mais de 100 startups. A conclusão é da consultoria nacional E-Consulting, que analisou as cem maiores instituições financeiras registradas no Banco Central para saber quais estão mais avançadas e consolidadas em trazerem conceitos e práticas de transformação digital em seus modelos de negócio. O estudo concluiu também que o atributo digital ainda é mais associado à marca Itaú, enquanto o Santander é a organização que tem evoluído mais rapidamente na implantação de serviços e diferenciais digitais a seus clientes.
Para chegar neste resultado, a consultoria se debruçou em instrumentos como cliente oculto, enquetes on-line, inteligência competitiva, análise de mídias sociais, premiações, posições em rankings do setor, além de entrevistas com executivos dos bancos e com clientes, além de parceiros tecnológicos. As notas foram construídas com base em diversos critérios que materializam o processo de competitividade a partir da transformação digital. Numa escala de 0 a 5, o Bradesco conquistou nota 4,5 por fortalecer aspectos de sua atuação como plataforma digital, o que inclui o desenho de ofertas e serviços nativos digitais, aplicativos integrados, visão única do cliente e inovação colaborativa. Constam da lista das cinco mais digitais a Caixa + Youse (4,2); o Itaú-Unibanco + Cubo (4,1); o Banco do Brasil (4,0) e o Santander (3,9).
“A análise foi tanto internamente, avaliando como são usados os sistemas de gestão, como são destinados os investimentos em TI, metodologias avançadas, organização produtiva e plataformas, bem como externamente, ou seja, a partir da avaliação de seus diferentes stakeholders, como clientes e consumidores”, explica Segundo Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting e responsável pelo estudo “Régua da Transformação Digital no Setor Financeiro”.
O executivo também conta que o estudo confirma o vanguardismo das cinco maiores operações bancárias do Brasil quando o assunto é propagar cultura digital em seus processos mesmo diante de um cenário de forte avanço das fintechs. Domenghetti acredita que os bancos sobrevivem a todas as transformações devido ao tamanho de suas operações e por conta da agressividade em antecipar movimentos. “Principalmente agora com a corrida para atender os novos consumidores e à digitalização interna necessária para manter a curva ascendente da nova economia, que envolve tendências como Open Banking, IOT, Blockchain, CX, Big Data/Analytics e novos canais digitais, incluindo o varejo e as agências”, finaliza.

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A transformação digital dos bancos

A maioria (94%) das instituições financeiras de grande porte enxerga valor em soluções de inteligência artificial. É o que revela o Estudo Global sobre Digital Banking, da GFT. Em nível global, a IA pode ser vista como um dos tópicos de maior interesse no setor bancário hoje. A pesquisa revela ainda que a abordagem de “Bank as a Plataform” (BaaP), para criar um modelo aberto de negócios usando APIs, é considerada um elemento relevante que irá moldar o banco digital futuro.
A pesquisa mostrou ainda que 83% dos entrevistados veem a importância da IA. O Brasil, o Reino Unido e o México lideram o caminho em termos de reconhecimento da importância da IA, enquanto na Alemanha e na Suíça, países tradicionalmente mais cautelosos, apenas alguns percebem a IA como estratégica.
Com a implementação da IA, os especialistas questionados esperam obter avanços em uma ampla gama de funções empresariais, desde o back office até o contact center, passando pelo planejamento financeiro pessoal e as funções de vendas. Como resultado da aplicação dessas tecnologias, espera-se a redução de custos operacionais (71%) e o maior engajamento do cliente (64%).
“A indústria de banco de varejo, em especial, tem acesso a uma grande quantidade de dados multi estruturados que, atualmente, não está sendo utilizada na sua totalidade. Ao utilizar algoritmos cognitivos, esses dados podem ser processados e organizados para gerar modelos de apoio à tomada de decisão para atender melhor os clientes e se diferenciar competitivamente”, afirma o managing director Latam da GFT, Marco Santos.
Realizado com 285 profissionais de pequenos, médios e grandes bancos de varejo – com dois participantes no máximo por instituição financeira, o estudo revela as informações e o nível de maturidade sobre transformação digital, inteligência artificial e Bank as a Platform (BaaP). Os entrevistados ocupam posições de diretoria e gerência em bancos de varejo, tanto em áreas de negócios quanto em TI. A pesquisa foi realizada em oito países: Brasil, Alemanha, Itália, México, Espanha, Suíça, Reino Unido e EUA.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO BRASIL
Atualmente, quase metade (47%) dos bancos no Brasil estão desenvolvendo estratégias de transformação digital, enquanto que 36% consideram já ter concluído esse processo, elevando o total de bancos brasileiros que dispõem de uma estratégia de transformação digital para 83%.
Em comparação com outros países, o Brasil é o principal país a reconhecer a importância da IA. Cerca de 30% dos entrevistados a consideram estratégica e outros 33% a veem como de importância tática. Somente 3% não acreditam em sua importância. As três principais soluções de IA a serem adotadas no País compreendem: assistente virtual para clientes, com 52% de intenção de adesão, similar ao observado em outros países, com tecnologias de reconhecimento de linguagem natural; RPA – Robot Process Automation, com foco em eficiência do back office, com 38%; e Robot Advisory com 31%. Os três principais benefícios da implementação de IA percebidos são: maior engajamento do cliente (66%), seguido de custos operacionais mais baixos (55%) – benefício número um citado mundialmente e, por fim, redução de riscos (28%).
Embora o Brasil seja o país mais empolgado em relação à IA, a pesquisa mostra que os níveis de preparo dos sistemas de TI estão abaixo da média mundial. Os principais desafios no País são infraestrutura técnica escalável (interna versus nuvem), a disponibilidade de especialistas para preparar e fazer curadoria do sistema cognitivo, a infraestrutura capaz de alimentar os algoritmos e as parcerias com fintechs e fornecedores de IA.
Em relação ao BaaP, cerca de 20% dos bancos brasileiros possuem uma estratégia em andamento, embora somente 13% começaram a implementá-la. Entre os países pesquisados, o Brasil ainda está em um nível intermediário de maturidade em relação a adoção da estratégia Bank as a Platform. Os três principais benefícios do BaaP esperados no Brasil são: redução dos custos operacionais (47%), capacidade de desenvolver novos aplicativos (47%) e maior engajamento dos clientes (43%).
Já os três principais desafios enfrentados pelos bancos brasileiros são similares aos dados mundiais: 63% antecipam dificuldades com a complexidade dos sistemas existentes na organização, 57% em questões de segurança e 43% em falta de experiência e habilidades adequadas.
A ABORDAGEM BAAP
Bank as a Platform é uma abordagem de negócios na qual o banco e seus parceiros disponibilizam serviços de qualquer tipo aos clientes, e onde os clientes vem para obtê-los e consumi-los. Essa abordagem tem várias implicações na arquitetura de negócios e tecnologias das instituições, como por exemplo o uso de APIs para expor serviços, a necessidade de garantir simetria de informação entre os vários players da plataforma e o desenho de novos produtos a partir de componentes de vários participantes da plataforma. Cerca de 69% de todos os bancos participantes já consideraram o BaaP como estratégia de negócios e acreditam que o BaaP terá um impacto de grande a moderado em seu modelo de negócios. Os principais benefícios do BaaP são aumento do engajamento do cliente com 62%, seguido da capacidade de desenvolver novas aplicações com 55% e menores custos operacionais (51%). O Reino Unido e a Espanha lideram a adoção do BaaP, enquanto o México, o Brasil e a Itália continuam cautelosos, sendo que muitos bancos ainda não consideram implementar uma estratégia.

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