Um estabelecimento perto de casa, que tenha os produtos que deseja, da marca preferida, com preços mais acessíveis e, principalmente, que possibilite uma compra mais rápida. Se você também procura por um local assim, saiba que faz parte do novo perfil de clientes, que vêm fazendo com que a procura por minimercados seja cada vez maior, resultando em sua expansão e, consequentemente, em uma transformação do varejo. Sem contar que as lojas de bairro, ou supermercados de vizinhança, como podem também serem chamados, proporcionam um relacionamento próximo e um atendimento mais pessoal, que fazem a diferença na escolha em relação aos super ou hipermercados. “O cenário mais recente destaca as lojas pequenas, com quatro ou menos check-outs (caixas), tradicionalmente características do conceito de ´lojas de vizinhança´”, afirma Sérgio Molinari, sócio-diretor de foodservice da GS&MD – Gouvêa de Souza.
Esse cenário levantado por Molinari é resultante da mudança econômica do país, junto com o desenvolvimento tecnológico passado pela sociedade. Antigamente, era comum que as famílias realizassem as “compras do mês”, época em que os hipermercados conquistaram espaço no setor. Hoje, por conta também das constantes quedas na confiança financeira do brasileiro, manter a despensa de casa já não é mais um hábito, fazendo com que os compradores prefiram por idas mais frequentes às compras e adquirirem poucos produtos, do que as realizadas anteriormente. Além disso, com o desenvolvimento da internet e a vida mais moderna, trouxeram às pessoas uma noção de praticidade que também foi passada à vida real, fazendo-os optar por locais próximos, ou no caminho de casa, que tenham os produtos à mão e não façam com que percam seus tempos. Ou seja, os varejos de vizinhança foram a preferência. “O crescimento dos minimercados é reflexo da mudança de hábito desse consumidor brasileiro, que busca praticidade e proximidade, diante da necessidade de otimizar o tempo para suas compras. São clientes, geralmente, de classe A, B ou C”, explica Carlos Corrêa, superintendente da Associação Paulista de Supermercado, Apas.
Percebendo a nova necessidade do consumidor, os minimercados souberam aproveitar que poderiam oferecer o que eles desejavam e, ainda, agregar mais para fidelizá-los. “Tem crescido, e muito, a participação dos minimercados, por conta das falhas cometidas pelas grandes, as oportunidades nas localidades de vizinhança, uma maior exigência por parte dos consumidores e pela busca por colaboradores mais treinados e a especialização das empresas de consultorias”, afirma Ricardo Bicov, diretor comercial da Qualivar Consultoria de Varejo. Aliás, também viram que o que era considerado um diferencial para o público, era uma característica deles: por conta do tamanho e pelo menor número de colaboradores, eles têm maior capacidade de oferecer uma proximidade na relação. “Entre outras coisas, elas possuem maior velocidade e flexibilidade de resposta, relacionamento diferenciado e frequente com o cliente, como o ´olho-no-olho´”, completa Molinari.
Por outro lado, as grandes redes de supermercado passaram também a migrar para os estabelecimentos de bairro. Gerando, assim, outra competição mercadológica: de um lado, as grandes redes possuem suas experiências, organização, infraestrutura, inteligência de mercado, automatização, do outro os minimercados tradicionais ou familiares, que vem se desenvolvendo e adaptando às novas situações. Mas, para ambos, a transformação promete benefícios: mais pontos de venda, fortalecimento, maior divulgação da marca, aumento no faturamento, melhoria na rentabilidade e maior presença nos lares dos consumidores.
A expansão dos minimercados é fruto de um encontro feliz com os seus clientes. Veja alguns exemplos de como eles souberam juntar a fome com a vontade de comer:
– Clientes procuram pela conveniência e compras mais rápidas, as empresas oferecem melhoria do nível de serviço, incluindo entrega a domicílio e estacionamento;
– As pessoas querem um estabelecimento que seja perto de suas casas e os minimercados aproveitam e melhoram no sortimento e sofisticação de seus produtos;
– A compra do mês passou a ser deixada de lado, ao mesmo tempo em que os minimercados ampliaram as facilidades de pagamento, como cartões, vale alimentação e o famoso “fiado”;
– Consumidores buscam por praticidade, isto é, em opções à caminho de casa, e as lojas de vizinhança passaram a oferecer maiores ofertas de preço do que os super e hipermercados.
E para você, qual foi a razão para os minimercados conquistarem espaço no setor? Participe da nossa equente!
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