A ABA – Associação Brasileira de Anunciantes completou 50 anos nesta semana, mais exatamente no dia 29 de setembro. Durante meio século, a entidade foi responsável por projetos que visaram alavancar a atividade publicitária nacional e ajudar o segmento a atingir um excelente padrão de qualidade. Inaugurada em 29 de setembro de 1959, a ABA tem sido defensora dos direitos dos anunciantes e tem papel significativo dentro da publicidade brasileira. “Para defender os interesses de um segmento tão significativo, a entidade tem que conhecer o mercado, ter representatividade”, explica Ricardo A. Bastos, presidente da ABA.
As comemorações começaram em março, com a realização da WFA/ABA Global Advertiser Week, encontro mundial de anunciantes, e se estendem até outubro, após o aniversário da entidade. Além da conferência em São Paulo, o evento reuniu no Rio de Janeiro o Comitê Executivo da WFA, com a Assembléia Geral da Associação Mundial dos Anunciantes e o Fórum das Associações Nacionais de Anunciantes. Outra parte das comemorações envolve a publicação de reportagens na Revista da ABA, que resgatam a trajetória e história da entidade. Este projeto tem mostrado a superação de desafios enfrentados ao longo dos anos. “Muitos dos debates propostos continuam em pauta e, mais do que nunca, os anunciantes precisam estar unidos para fazer frente às diversas pressões que sofrem continuamente”, afirma Bastos.
A ABA surgiu da necessidade de união das empresas anunciantes para garantir a qualidade da especialização dos meios e atividades, que começavam a mostrar sua força no final dos anos 50 e na antevéspera da década de 60. Apesar das especificidades encontradas dentro das companhias anunciantes, em seus respectivos setores de atuação, os fundadores da ABA reconheceram um ponto em comum: todos investiam, em maior ou menor grau, em publicidade, e a união poderia ajudá-las a defender os interesses coletivos junto às autoridades constituídas, órgãos públicos e demais entidades de classe, assim como aos parceiros de trabalho. Ou seja, agências, veículos, produtores e fornecedores trabalhando em prol de interesses comuns. Era preciso estabelecer correlação de forças, já que alguns setores, como os das agências, estavam devidamente organizados em torno de suas associações.
Vencidos os primeiros desafios, concentrados na obtenção de força representativa, viabilizada pela conquista de adesões de anunciantes, a ABA iniciou a segunda etapa: a realização de cursos, palestras, seminários e encontros com a finalidade de aprimorar os conhecimentos dos profissionais de propaganda. Felizmente, nem só os desafios fizeram parte da trajetória da ABA. Ao longo de sua história, a Associação Brasileira de Anunciantes mantêm parcerias com as demais entidades do setor, promove negociações em torno de objetivos comuns, apara arestas e desenvolve projetos conjuntos em prol do aprimoramento das atividades.
“Dentre algumas vitórias, temos a proposta para o primeiro critério de classificação socioeconômica da população, instituído no Brasil em 1970; a primeira reunião, em 1978, para a constituição de comissão atuar em conjunto no projeto que audita os números do Ibope na audiência de TV e, no mesmo ano, a oficialização dos primeiros representantes da ABA junto ao Conar – Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária, entidade da qual é cofundadora e codirigente”, afirma Luiz Carlos Dutra, presidente do Conselho Superior. Mais tarde, nos anos 90, o modelo se repetiria, quando a ABA também uniu esforços com as demais entidades do setor para constituição do CENP – Conselho Executivos das Normas-Padrão.
Para Rafael Sampaio, vice-presidente executivo da entidade, o resgate da história da ABA é também a recuperação de alguns dos movimentos mais importantes no mercado publicitário nacional. “A ABA tem participado de uma série de iniciativas que ajudam a elevar a qualidade da comunicação de marketing no Brasil, mas temos ainda muito o que fazer para os próximos 50 anos”, ressalta Sampaio.