Agora vai?

Quem não está se transformando está perdendo mercado. Essa é a realidade do mercado hoje. Diante de tantas mudanças de comportamento e evoluções tecnológicas, só resta às empresas investirem em inovação. E se, até pouco tempo atrás, ainda eram poucas as que iam por esse caminho, agora, diante da constatação da irreversibilidade do cenário, o mercado o que temos é o amadurecimento das estratégias de transformação digital, principalmente pela importância dela no relacionamento com os clientes. “Transformação digital não é um exagero, mas, sim, uma estratégia de sobrevivência, crescimento e expansão. Empresas que ignorarem essa tendência desaparecerão”, William Juliano, professor da Live University.
Dentro disso, a 2ª Sondagem ClienteSA – Bench & Transformação apontou que 55% dos executivos entrevistados garantem compreender a importância de se realizar movimentos decisivos nessa direção, sendo esse percentual, acrescido de mais 18% de empresas que acreditam na irreversibilidade da tendência. “Para a maioria absoluta dos casos, a transformação digital é uma tendência real e incontornável para os negócios. As empresas enxergam que precisarão adaptar não somente seus processos e sistemas, mas seus recursos humanos e redesenhar sua relação com os clientes/consumidores”, completou Clóvis Castelo Júnior, consultor e head de pesquisa da ClienteSA.
O estudo revelou ainda que, embora menos de um décimo dos entrevistados apresentem indícios de maior amadurecimento nessa transição para meios digitais, a maioria das empresas (70%) está em fase de implantação de programas de transformação digital. Ainda que, como mencionado, somente 9% delas consideram-se maduras (ou nos estágios finais) de implantação dos processos, com resultados mensuráveis; 25% avançaram significativamente, mas ajustes ainda são necessários. E 15% ainda estão em fase inicial, sem resultados claros.
Um dos motivos desse cenário é o risco envolvido ao não acompanhar as mudanças. Ficar de fora da transformação digital pode até acarretar na perda de clientes. Tanto que, para 44,2% dos executivos C-level, esse é o principal impacto negativo, de acordo com a segunda edição do estudo Business Impact Insights, realizado pela CI&T, em parceria com a Opinion Box. Além do risco com os clientes, os C-levels, especificamente, apontaram perda de competitividade (43%) e perda de eficiência operacional (41%) como outras principais ameaças. Já o impacto positivo da transformação digital traz o efeito inverso, na visão dos executivos entrevistados – atraindo clientes (51,5%), aumentando a eficiência operacional (55,6%) e a competitividade no mercado (51%).
“Estamos em um momento em que todas as empresas sabem – ou deveriam saber – que a transformação digital é uma realidade imposta e necessária. Se a mudança não começar por dentro e de forma urgente, haverá pressão do ambiente externo, e então a companhia tem apenas duas escolhas: ou se adapta ou perde espaço para os concorrentes”, afirma Cesar Gon, co-fundador e CEO da CI&T. “O ponto positivo é que a maioria dos líderes já percebeu isso – 81% têm projetos de transformação digital em andamento e para 91% dos executivos ouvidos há planos de acelerar o processo.”
BARREIRAS
Quanto às resistências à concepção e implantação da transformação, o estudo da ClienteSA aponta que 48% enxergam que há ainda muita desinformação sobre o real significado e o alcance. Sendo que, para contornar o problema, 58% projetam buscar ajuda no mercado (opiniões de outras empresas e especialistas). Para Clóvis, deverá haver mesmo um esforço na direção da mudança de cultura dentro da organização para favorecer esse novo processo.
Em outra pesquisa, encomendada pela Wipro Digital e realizada pela Coleman Parkes Research, quando indagados sobre as maiores barreiras ao sucesso de uma transformação, 63% dos entrevistados no Brasil mencionaram custos imprevistos e a localização de recursos adicionais na organização entre suas cinco maiores preocupações; 58% selecionaram o fato de não conseguirem treinar as equipes existentes para mudar a tecnologia ou usar tecnologias, métodos ou processos novos, e 53% indicaram a necessidade de um melhor alinhamento às partes interessadas do negócio. O relatório indicou que, quanto mais tempo uma empresa estiver envolvida em uma jornada de transformação, menor a probabilidade de ela vivenciar problemas relacionados ao pessoal como uma barreira ao sucesso, ao passo que a tecnologia pode se tornar uma barreira maior. A pesquisa aponta que 24% dos executivos com jornadas menores a dois anos mencionam a tecnologia como a maior barreira, em comparação a 32% dos executivos cuja jornada dura dois anos ou mais.
“Os resultados da pesquisa reforçam o fato de que as empresas do Brasil embarcaram em um caminho bem definido de transformação digital. Os líderes corporativos garantiram que suas organizações podem oferecer um retorno sobre o investimento (ROI) em suas iniciativas de transformação digital”, disse Mukund Seetharaman, vice-presidente e diretor regional da Wipro Limited na América Latina. “Usar a tecnologia moderna e alinhar as unidades de negócios às demandas dinâmicas da transformação serão etapas essenciais para o futuro. O agora é o momento ideal para iniciar um programa de transformação digital.”
IMPULSIONADORES
Quantos aos impulsionadores externos que fariam investir em transformação digital, 16% dos CIOs, entrevistados pela E-Consulting em outro estudo, escolheram como principal fator a popularização do tripé: revolução tecnológica, universalização de acesso à internet e barateamento das tecnologias. Em contrapartida, a segunda razão mais votada, com 15%, foi a conectividade digital, promovida principalmente pela massificação dos smartphones. Já a pressão competitiva dos concorrentes tradicionais (12%) e a globalização dos mercados, atrelados à amplificação de novos padrões de consumo (11%), também aparecem entre as principais razões de investimento.
Trazendo para dentro de suas operações, a maioria dos CIOs (12%) investiria em transformação digital para atender a uma pressão mercadológica. Um grupo de 10% investiria para ter atualização tecnológica e evolução de arquiteturas, assim como outra ala, formada também por 10%, investiria no conceito para aumentar a sinergia, a produtividade e a redução de custos na operação. Já as novas oportunidades de negócios, de produtos e de serviços animariam 9% dos entrevistados a colocar dinheiro em tecnologias digitais. Possibilidades de conhecer mais o cliente e de diferenciar-se dos concorrentes foi a escolha de 8% e 7% dos entrevistados, respectivamente. Para entender mais sobre esse movimento, o portal ClienteSA separou algumas matérias e artigos. Confira:
Perder clientes é a principal ameaça de não aderir à transformação digital para 44,2% dos C-levels
Estudo aponta que maioria das empresas estão em alguma fase de implantação
Pesquisa indica que 76% dos CEOs do Brasil acreditam executar com sucesso as estratégias de transformação digital
Pressões de curto prazo continuam, mas CMOs estão mudando o foco para fazer com que a transformação digital aconteça
CIOs indicam que falta de mão de obra, dificuldade de comprovar resultados e baixo conhecimento freiam mudanças
Dez dicas para consolidar a transformação digital em sua empresa
Companhias encontram-se em diversos estágios do processo de transformação digital
Fundamentos ainda não são totalmente entendidos e bem definidos
A nova dinâmica das marcas na era da transformação digital
Pouco adianta mudar práticas e introduzir novas tecnologias se não há previsão de impactos
Ainda pouco se pensa sobre como perceber que está no caminho certo nas mudanças

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Agora vai?

Autor: Marcos Gouvêa de Souza
Depois de um primeiro semestre que alternou alguma euforia com muita frustração, a conjugação de alguns pontos positivos cria a expectativa de que o ano possa ser salvo pelo que ainda pode acontecer na sua segunda metade.
Os três primeiros meses trouxeram a perspectiva de uma retomada no embalo do novo governo e a inspiração gerada pela proposta econômica liberal. Mas o sonho durou pouco.
As dificuldades naturais e mais as criadas pela nova administração não permitiram que a retomada acontecesse e rapidamente migramos da esperança para a frustração que marcou o desempenho do segundo trimestre. Como resultado, o país andou de lado ao longo de todo esse período apenas marcado por uma pequena recuperação do emprego, ainda assim, em boa parte informal. A massa salarial real também mostrou leve recomposição.
O elemento determinante do comportamento cauteloso dos consumidores, matéria-prima do aumento do consumo e das vendas do varejo, é a confiança da população, que permanece oscilando em baixos patamares na esteira das confusões, críticas, bate-bocas, desmentidos e leviandades que têm marcado, especialmente, o cenário político.
Um conjunto importante de fatores pode ajudar a reverter essa situação.
A redução histórica, ainda que tímida, das taxas de juros, a provável aprovação em segundo turno da Reforma da Previdência nesta próxima semana e a perspectiva de uma injeção de recursos do FGTS e PIS-Pasep que, no período de um ano, poderá alcançar R$ 42 bilhões com 67% desse montante previstos para este ano ainda. Além da continuidade da redução do desemprego.
Esse quadro poderá influenciar decisivamente o humor dos consumidores, contribuindo para mudar sua confiança e viabilizando a esperada retomada. Afinal, estamos estagnados há quatro anos!
Só deveríamos também conter a incontinência verbal coletiva para deixar baixar a fervura e podermos viabilizar um período de melhor desempenho do consumo, do varejo, dos serviços e, consequentemente, da indústria.
Para ajudar a mudar
Para tentar ajudar na capitalização desse potencial novo momento, um movimento importante agregando todos os setores de varejo, consumo e serviços está sendo organizado – todos inspirados por uma iniciativa da Secom.
A proposta é a criação de uma ampla campanha de motivação e consciência nacional ao longo da semana que marca a data da Independência do Brasil.
Essa proposta, nascida no grupo responsável pela comunicação do governo, foi imediatamente abraçada pelas principais entidades empresariais ligadas aos setores com relacionamento direto com os consumidores-cidadãos, especialmente o comércio e o varejo que, num movimento inédito e histórico, decidiram encampar a ideia e assumir sua coordenação, engajando o maior número possível de empresas, entidades, segmentos e canais com amplo apoio da mídia.
Desta forma, entre 6 e 15 de setembro, serão buscadas alternativas, das mais variadas, comunicadas de forma ampla e intensa, para transferir benefícios diretos para a população com o objetivo de estimular um comportamento positivo no período.
E a proposta mais ambiciosa é que isso se torne uma tradição no país, quando a Semana da Independência, rebatizada como Semana do Brasil, se converta numa grande manifestação de consciência nacional estimulando a confiança e o consumo.
O lado mais importante da iniciativa – e que deve ser ressaltado – é que diferente de outras campanhas pontuais ou mais longevas realizadas no passado, esta não pressupõe estímulos fiscais ou tributários, o que seria inadequado considerando os problemas financeiros que o país atravessa. Ela será apoiada na mobilização do setor empresarial com envolvimento do comércio, varejo, atacado e os setores de serviços de forma ampla e o setor industrial de consumo, numa articulação própria, espontânea, liberal e autossustentável. Como deveria sempre ser.
Pode ser o início de algo que vem sendo adiado faz tempo e que o país, por seus empresários e a população, merece e precisa.
Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, membro do IDV – Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, do IFB – Instituto Foodservice Brasil, presidente do LIDE Comércio e membro do Ebeltoft Group.

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