Autor: Marcelo Aragona
As seguradoras possuem práticas de modelagem estatística bem estabelecidas, porém, muitas vezes, concentram as decisões nas informações provenientes de suas bases internas, dados cadastrais, pagamentos e sinistros. O grande desafio do mercado hoje consiste em conseguir explorar ao máximo os dados estruturados e não estruturados, tanto em bases internas, quanto informações externas, de clientes e CPFs, endereços, transações e ocorrências não constantes na base de dados. Para fazer a diferença no ambiente de negócios, as seguradoras precisam apostar em inovação para aprimorar o processo de modelagem de dados. Os recursos analíticos com inteligência artificial são uma excelente alternativa em aplicações de negócios deste mercado.
Mas, afinal, o que é inteligência artificial? Inteligência artificial e redes neurais são técnicas computacionais que apresentam um modelo matemático inspirado na estrutura neural de organismos inteligentes e que adquirem conhecimento através da experiência. Uma rede neural artificial pode ter centenas ou milhares de unidades de processamento. O que é mais importante é que toda essa inovação pode ser empregada de forma bem sucedida na operação de empresas do ramo de seguros. Aplicando esses recursos é possível extrair conhecimento a partir de uma consulta a dados não estruturados disponíveis na Internet, que necessitam de automação, e ainda combiná-los de forma sistemática para encontrar as melhores decisões e atingir os melhores resultados.
As soluções analíticas avançadas podem ser empregadas de acordo com as necessidades da empresa, contemplando todo o ciclo de negócio, desde a precificação individual de um cliente, subsidiando os riscos que representam, a cotação e a emissão de uma apólice, passando pela fidelização e retenção do mesmo, e chegando até as etapas de risco de sinistro e propensão do cliente à renovação dos contratos anuais. As soluções também podem ser utilizadas como processos apartados ou de forma integrada aos sistemas de gestão e CRM.
Alguns recursos de inteligência já permitem, por exemplo, a transformação de registros de voz em texto para documentação e análise de risco de fraude em sinistros. Soluções de georreferenciamento possibilitam às seguradoras tratar o risco não apenas por CEP, mas utilizando as coordenadas para extrair conhecimento sobre o local de residência do segurado. Por meio de clusters de regiões de alto risco, combinados à distância entre o posto policial mais próximo, aglomerados subnormais, corpo de bombeiros, entre outros pontos relevantes, também é possível cruzar informações para descobrir se existe uma anomalia ou maior propensão ao roubo, furto ou fraude no endereço informado. Além disso, atendendo a tendência forte de utilização de dispositivos móveis, apps permitem às seguradoras no momento da vistoria prévia, sinistro, buscas de informações online e ainda anexar fotos tiradas em tempo real a um processo de sinistro, por exemplo.
São inúmeras as aplicações que surgem nesse sentido e o mercado de seguros tem sido alvo de fortes investimentos em inovação. A ideia é levar às seguradoras de forma online inteligências inovadoras que agreguem valor a este mercado, entender quais são os seus grandes desafios e buscar expertises. E o resultado disto tudo são soluções completas e integradas que unem inteligência, processo e ferramentas flexíveis, modulares e independentes, que gerenciam todo o ciclo de negócio e de gestão do cliente. Desta forma, as seguradoras têm acesso a produtos e operações ainda mais lucrativos, rápidos e monitorados em toda sua plenitude.
Marcelo Aragona é diretor comercial da Neurotech