Face às mudanças no cenário econômico e empresarial mundial, a Watson Wyatt atualizou, como nas edições anteriores, os resultados da última Pesquisa de Remuneração Total no Brasil (Strategic Compensation Survey), contemplando os reajustes salariais coletivos e individuais realizados entre junho e novembro de 2008, bem como as previsões para 2009.
Com base nesta atualização, observou-se que os acordos coletivos realizados no período apresentaram reajustes superiores aos índices de inflação, propiciando um ganho real aos empregados, sobretudo quando comparado ao INPC – principal índice de referência para negociações salariais. Quanto aos aumentos individuais, somente 15% das empresas o concederam para não executivos. Destas, apenas 2/3 estenderam os reajustes para os níveis executivos, o que pode ser explicado pelo fato de a maioria das organizações concentrar os aumentos salariais nos meses de março e abril.
Nos últimos três anos, houve reajustes salariais coletivos com ganhos reais aos empregados entre 1% e 2% acima dos índices de inflação do período. No entanto, em função do agravamento da crise econômica, a maioria das empresas (62%) trabalha com a expectativa de apenas reposição plena da inflação. Desconsiderando as movimentações do quadro de empregados, a previsão para o crescimento da folha de pagamento em 2009 situa-se em torno de 7% para o mercado geral, ou seja, porcentual superior à meta de inflação estabelecida pelo governo de 4,5% para o IPCA.
Enquanto nas economias mais desenvolvidas os impactos da crise tendem a ser mais significativos, observa-se que por enquanto os profissionais de recursos humanos no Brasil possuem uma visão mais otimista, pois 62% das empresas reportaram como expectativa a manutenção dos postos de trabalho, enquanto outras 21% esperam um aumento de quadro. Em relação às novas vagas previstas para 2009, somente 2% acreditam que estas sejam eliminadas.