Em 2018, varejistas e marcas vão pautar as estratégia de marketing com base na colaboração. Diante do social-commerce cada vez mais fortalecido e dos muros construídos em torno dos dados das redes sociais e das gigantes digitais, como a Amazon, a cooperação será o caminho para alcançar o consumidor. Estas são algumas das previsões apontadas no estudo Commerce & Digital Marketing Outlook 2018 da Criteo.
O relatório revela que a convergência entre o mundo online e offline deve aumentar ainda mais e prevê a ascensão das compras por voz, além do crescimento do vídeo na publicidade digital. Outro destaque é o alerta para a importância do gerenciamento de dados, especialmente com a implementação do Regulamento Geral de Proteção de Dados, ou GDPR, que entra em vigor na Europa este ano.
“As mudanças no mundo do comércio vêm acontecendo rapidamente. Ter acesso a uma ampla escala de dados de clientes, tanto online como offline, tornou-se fundamental para varejistas e marcas entenderem e se conectarem com o atual perfil omnishopper dos consumidores. A ascensão de novos modelos, como as compras por voz, exige novas estratégias de conteúdo, enquanto novas regulamentações representam a reestruturação de organogramas obsoletos. Com a crescente ênfase das inovações offline, somada aos omnishoppers e à colaboração de dados, sabemos que 2018 tem tudo para ser um grande ano para o varejo”, afirma Alessander Firmino, diretor geral da Criteo para o Brasil e América Latina.
Para determinar as principais tendências de marketing para o varejo, a Criteo analisou suas relações diretas com mais de 17 mil anunciantes, além de milhares de publishers em todo o mundo. Confira abaixo as oito principais tendências para 2018:
1. Ascensão das compras por voz
Com a popularização de dispositivos como Google Home e Amazon Echo, as compras por voz devem dar um salto em 2018. O mercado de alto-falantes inteligentes verá uma competição acirrada entre Google, Amazon e empresas como Harman Kardon e Cortana, da Microsoft. Diante deste cenário, anúncios de voz contextualizados vão personalizar recomendações e conteúdo. Com riqueza de dados sobre os interesses e preferências dos consumidores, os smart speakers vão poder oferecer serviços existentes e novos produtos e serviços complementares e relevantes.
2. Redes sociais e comércio cada vez mais interligados
As redes sociais têm desempenhado papel importante para o comércio. Em 2018, o social-commerce deve ganhar ainda mais força. Muitas empresas devem integrar chatbots a serviços de mensagem como Facebook Messenger e WhatsApp. Tendo em vista que a maior parte das redes sociais colocam muros em torno dos dados dos usuários, marcas e varejistas vão precisar encontrar maneiras de se apropriar da relação com o consumidor e das informações que vêm com ela.
3. Convergência entre vendas offline e online
Diante de consumidores cada vez mais multi-canais, a convergência entre os mundos online e offline é o caminho natural para o varejo. Estacionamentos dedicados e armários na loja física são algumas das opções que devem ganhar força. As empresas vão buscar parcerias que permitam utilizar melhor seus dados de CRM para encontrar e impactar os consumidores online com campanhas personalizadas para reengajamento e upsell. Haverá uma crescente ênfase na condução do tráfego offline para interações online.
4. Colaboração como palavra-chave
Com os muros criados em torno dos dados de gigantes como Amazon e Facebook, varejistas e marcas passaram a colaborar para se manterem competitivos e inovadores. Este ano, essa tendência deve se fortalecer ainda mais. Segundo a pesquisa “The Commerce Data Opportunity: Collaboration Levels the Retail Playing Field”, feita pela Criteo em parceria com a Forbes Insights, entre os executivos de marketing, 72% acreditam que a colaboração levará ao aumento de receita, dos lucros (65%) e da satisfação dos consumidores (56%).
5. O poder da otimização do feed de produtos
Os anunciantes vão procurar formas de agilizar o gerenciamento de ativos do feed de produtos, incluindo descrições e imagens. Fotos contextualizadas de produtos, closes de alta resolução, imagens em 360 graus e outros detalhes vão se tornar cruciais para dar aos compradores a melhor experiência online. Em 2018, o gerenciamento de dados se tornará mais importante que nunca, conforme os anunciantes trabalharem para correlacionar informações sobre produtos de marcas e varejistas ao mesmo tempo em que integram os dados comerciais com o conteúdo gerado pelo usuário.
6. GDPR e gerenciamento de dados
O Regulamento Geral de Proteção de Dados, ou GDPR, entrará em vigor na União Europeia em 25 de maio de 2018, afetando varejistas, empresas e mais de 500 milhões de cidadãos. O impacto será global, visto que as medidas serão aplicadas a todas as companhias que rastreiam os residentes da União Europeia para fins de análise e comercialização. Ao garantir uma maior proteção dos dados de cada indivíduo, o GDPR trará de volta a confiança dos consumidores, o que por sua vez, vai beneficiar empresas que oferecem transparência e escolha aos clientes. Os varejistas terão de gerenciar seus dados de audiência com mais cuidado. Personalização, confiança e transparência vão andar de mãos dadas criando uma relação melhor com os compradores.
7. A batalha pelo vídeo
Possibilidades para o novo inventário de anúncios programáticos de vídeo vão emergir assim como ad breaks estarão inseridos em mais conteúdo audiovisual. Os cord-cutters, aqueles que nunca consumiram ou deixaram de assinar os serviços de TV paga, estão transmitindo conteúdo multimídia, o que significa que as plataformas sociais, incluindo Facebook, YouTube, Instagram e Snapchat estão priorizando o vídeo e buscando por conteúdo de alta qualidade que imita a TV. Em 2018, o tempo gasto pelo consumidor no ambiente online vendo vídeos deve aumentar constantemente, forçando anunciantes, publishers e empresas de mídia a reorganizar e aumentar o foco no segmento.
8. Mais aquisições e parcerias no mundo do varejo
Nos últimos seis meses, aconteceram grandes aquisições e parcerias no mundo do varejo: Amazon e Whole Foods, Amazon e Kohl´s, Walmart e serviço Express do Google. O Walmart ainda comprou a ModCloth, Bonobos e Shoes.com. Em 2018, o esperado é que muitos outros varejistas e marcas busquem aquisições e parcerias para se manterem competitivos, além de expandir e fortalecer suas operações. Muitas transações devem ser fechadas com o intuito de unir os mundos online e offline, gerando mais valor para o negócio.