A confiança do consumidor brasileiro medida pelo Índice Nacional de Confiança, INC, da Associação Comercial de São Paulo, ACSP, apresentou leve alta em maio, marcando 142 pontos, em relação a abril e março, que ficaram com 138 e 137 pontos, respectivamente. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Por outro lado, chama a atenção as quedas seguidas na confiança do consumidor no que se refere ao investimento no futuro, como aposentadoria e educação dos filhos, e à segurança no emprego. Em maio, 36% dos entrevistados estavam mais confiantes para investir no futuro. Em fevereiro, março e abril, as parcelas eram 46%, 42% e 38%, respectivamente. Já as parcelas dos menos confiantes para investir no futuro vêm aumentando ao longo dos meses, em maio somaram 28%, e em fevereiro, março e abril eram 27%, 26% e 22%.
A confiança no emprego também segue essa tendência. Em maio, 33% estavam mais confiantes no emprego, ante 35% em abril, 37% em março e 42% em fevereiro. Na contramão, os menos confiantes no emprego somaram 28% em maio, contra 25% em abril, 21% em março e 20% em fevereiro. Já 45% dos consumidores ouvidos disseram que sua situação financeira futura pode melhorar.
“Apesar da ligeira melhora no INC, o Índice está num patamar baixo e afeta a decisão de tomar crédito, poupar e investir”, afirma Rogério Amato, presidente da ACSP e da Facesp, Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, e presidente-interino da CACB, Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil.
“Essa constatação é respaldada pelas recentes retiradas de dinheiro da poupança, o consumidor saca para a manutenção do seu padrão de consumo e não para investir”. O INC revela, ainda, estabilidade na situação financeira atual dos brasileiros em maio: 44% consideraram boa a sua situação financeira naquele momento, três pontos a menos do que em abril.
“O resultado de maio revela que o que segura o Índice Nacional de Confiança é a confiança dos moradores do Sul, Norte e Centro-Oeste, mais alta em razão do bom desempenho do agronegócio”, afirma Amato. “Mais uma vez, o setor evita queda na confiança do brasileiro”. Outro fator que contribuiu para a estabilidade da confiança foi o reajuste na transferência de renda na região Nordeste, alavancando a confiança de quem mora na região.
O grupo formado pelas regiões Norte e Centro-Oeste continua o mais otimista, marcando 177 pontos em maio, contra 178 em abril. No Sul, o INC subiu 10 pontos, registrando 174 pontos. Já no Sudeste, a confiança segue em patamar baixo em razão da estiagem que afeta a região: foram 135 pontos, em maio, e 134, em abril. A região Nordeste – a menos otimista – teve um ganho de cinco pontos, registrando 128 pontos.
Os resultados positivos do agronegócio também contribuíram para elevar a confiança nas cidades do interior do Brasil: o INC nesses locais ficou em 146 pontos, contra 143 no mês anterior.