Nos últimos seis anos, a diferença de tarifas entre as companhias áreas de baixo custo e as tradicionais caíram drasticamente, segundo o Manual de revelações das companhias aéreas em 2013, Airline Disclosures Handbook , e, os relatórios financeiros e tendências de gestão na aviação mundial – Financial reporting and management trends in the global aviation industry – , produzidos pela KPMG International.
“Em 2006, as empresas de baixo custo/ baixa tarifa tinham uma vantagem de 3,6 centavos de dólar por assento quilômetro disponível sobre as empresas tradicionais. Em 2011, como resultado da agressiva racionalização e reestruturação das empresas tradicionais, essa diferença foi de apenas 2,5 centavos de dólar por assento quilômetro disponível, uma redução de mais de 30%”, afirma Marcelo Gonçalves, sócio da KPMG no Brasil.
Segundo o executivo, a crise de 2008 e 2009 foi o estopim que trouxe mudanças estruturais nas empresas tradicionais, com reavaliação de frotas e busca por medidas de contenção de custo e melhoria de eficiência. Além disso, principalmente nas rotas de curta duração, a distinção feita pelos passageiros entre os dois modelos de negócio, também está se tornando cada vez menos clara. “Dessa forma, as companhias de baixo custo deverão optar por uma de duas alternativas: permanecer com preço significativamente baixo ; e necessariamente manter seu baixo custo, como é a estratégia da Ryanair; ou competir com companhias tradicionais oferecendo aos clientes mais benefícios ; como mostrado pela evolução da Virgin Australia”, acrescenta Gonçalves.
Modelos de parceria
O estudo também faz uma análise sobre as parcerias que empresas de aviação têm feito e, as possibilidades de futuro. “Nos últimos anos, as regulamentações governamentais, a incerteza econômica, os desastres naturais, os avanços tecnológicos, as mudanças na base de consumidores e de preferências diminuíram as margens operacionais das companhias aéreas. Por isso, na última década observamos muitas novas alianças, acordos de joint services e fusões e aquisições”, analisa Gonçalves.
De acordo com a publicação, o futuro pode indicar uma utilização do modelo de joint venture comercial não – consolidada como um mecanismo eficiente de parceria. Este modelo é muito usado no setor de Recursos Naturais e Energia, em que as empresas parceiras contribuem com ativos e recursos para um certo mercado de forma contratual mas, mantém sua independência e portanto evitam tocar nos marcos regulatórios/ estruturais de cada empresa.