Autora: Juliana Ferreira
Quando se fala das vantagens do Big Data para o varejo, as pessoas logo associam o assunto a contribuições para os negócios de internet, em especial para o varejo online, esquecendo que obter dados estruturados e conseguir realizar análises acuradas é importante para qualquer segmento ou negócio, seja no mundo virtual ou físico.
O big sonho das companhias é encontrar uma maneira eficiente de armazenar, extrair, filtrar e cruzar estruturadamente informações estratégicas que permitam ações direcionadas ao público-alvo da empresa. E não necessariamente essas ações são feitas por meio de canais de mídias digitais. Esses dados ajudam a conhecer como ninguém o cliente e também facilita a escolha das melhores ferramentas para comunicação com esse cliente. Diante disso, também se torna muito mais fácil obter retorno dos investimentos.
Hoje, as empresas conseguem entender o que as pessoas desejam comprar e como fazer para aquele produto ou serviço chegar rapidamente à frente do seu consumidor. Um exemplo disso são os anúncios de produtos que aparecem nas páginas das pessoas no Facebook de acordo com os assuntos que cada um mais gosta. Isso é Big Data no mundo real. Isso significa que alguém conseguiu extrair dados do seu perfil e transformou seus posts em informações sobre seus desejos de consumo.
Além de direcionar os esforços de marketing e vendas, Big Data também fornece informações estratégicas para todas as áreas de uma organização, pois pode melhorar o sistema de logística, auxiliar o departamento de RH a contratar pessoas com o perfil desejado, e claro, disponibilizar dados extremamente estratégicos para o negócio. É possível, por exemplo, cruzar dados demográficos e sobre hábitos de consumo para definir as regiões em que devem ser abertas novas lojas de uma rede varejista.
Mas em meio a tanto conteúdo, qual é a maneira mais eficiente de gerenciar tudo isso? O maior desafio é criar estruturas de sistemas de armazenamento de informações, consolidando tudo de forma estruturada, para que haja velocidade na entrega do conteúdo para atender às necessidades das corporações. O novo modelo não desafia apenas a criação de um ambiente tecnológico favorável. Os profissionais da área de TI e marketing também precisam estar aptos a analisar e saber rapidamente o que fazer com as informações extraídas.
A realidade é que Big Data faz parte hoje de praticamente todos os setores e atividades. Acredite que suas características e informações estão sendo armazenadas o tempo todo e que alguém já te conhece melhor do que você imagina. E diante disso, um dos setores mais interessados em “espiar” a vida dos consumidores é o varejo, que está investindo bastante em testes para aprimoramento da tecnologia. Se tudo der certo, em um futuro não muito distante, quando você pensar que deseja algo, esse produto estará bem à sua frente e você terá poucos segundos para refletir se deve comprá-lo.
Juliana Ferreira é sócia-diretora executiva da A2F.