Autora: Marina Agranionih
A Black Friday deste ano é uma das datas mais esperadas, sobretudo por representar um fôlego nos resultados do varejo. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Zoom, muitos consumidores devem adquirir produtos na data, caso encontrem bons descontos. Apesar de otimista, este cenário coloca um desafio ainda maior aos lojistas: como, então, converter vendas de pessoas que estão aptas a comprar, mas que serão bastante criteriosas?
Além de quebrar a cabeça para resolver este dilema do próprio consumidor, grandes varejistas ganharam concorrentes de peso: o pequeno lojista, que promete bater de frente e levar ainda mais participação neste mercado. Essa mudança de pensamento da “cauda longa” se intensifica a cada dia, com iniciativas de grandes empresas. Não só estimulando, mas capacitando pequenos empreendedores a aumentar suas vendas. É o caso do Movimento Compre do Pequeno Negócio, promovido pelo Sebrae, que gerou mais de 56 milhões de compras em todo o Brasil, 186 mil empresas cadastradas e 7 mil apoiadores.
Isso nos fez levantar uma hipótese: com todas essas ações, frente ao momento econômico adverso, continuar empoderando o pequeno negócio a sempre buscar melhores formas de vender seus produtos, aumentar o mix e atender melhor seu cliente pode ser uma saída para que os índices do varejo voltem a crescer. No e-commerce, por exemplo, a entrada de novos empreendedores cresceu bastante, o que é um ótimo sinal. Pois, além de expandir o setor, ainda teremos mais variedade de produtos e serviços vendidos.
Na Black Friday do ano passado, de acordo com a E-bit, o faturamento total chegou a R$ 1,16 bilhão. Além disso, fizemos um levantamento com nossos lojistas e identificamos que a receita cresceu cerca de 70%, se compararmos com um dia normal, com 60% mais visitas em seus sites. A data, que já representa um ganho enorme ao pequeno lojista, pode se tornar ainda mais representativa neste ano, se não deixarmos de lado o fato de que crescemos em número de negócios online e podemos melhorar nossos resultados periodicamente.
Ações como a do Sebrae trazem consequências extremamente positivas ao mercado e cabe a nós, atores do mercado, continuar contribuindo para que isso se espalhe. A segurança de uma compra bem feita deixou de se concentrar em alguns players específicos e aumentou o leque de opções ao consumidor, com a profissionalização do pequeno empresário que, consequentemente, vem encontrando mais suporte, mais literaturas e mais resultado.
Resumindo, este ano o pequeno lojista assume um papel mais preponderante neste processo de mercado, modificando conceitos e renovando as expectativas do varejo online, pois a cauda longa pode mostrar que a crise não é um empecilho, mas uma oportunidade de fazermos diferente. Basta fazer bem feito.
Marina Agranionih é gerente de produto da minestore