Beatriz Nascimento, presidente executiva da Brasil Júnior

Brasil, um campo fértil para as empresas juniores

Graças ao empenho de jovens capacitados e motivados, inúmeras empresas, principalmente as de menor porte, têm sido beneficiadas com projetos inovadores

 Autora: Beatriz Nascimento

Nascido na Europa na década de 1960, o Movimento Empresa Júnior (MEJ) encontrou no Brasil um campo fértil para se desenvolver desde que passou a existir no país, em 1988. A explicação para o interesse cada vez maior dos jovens brasileiros em fazer parte de uma empresa júnior (EJ) está no fato de que, aqui, ao saírem da universidade, eles se deparam com um mercado de trabalho extremamente competitivo e exigente. Sendo assim, para conquistar um lugar ao sol dentro dessa estrutura tão fechada, nossos jovens percebem que, mesmo antes de terminar a graduação universitária, precisam buscar formas de ampliar seus conhecimentos práticos e a vivência corporativa na área de formação escolhida.

Estruturadas dentro do ambiente universitário, as empresas juniores propiciam essa experiência, complementando o aprendizado acadêmico e preparando os novos talentos para atuarem de acordo com as regras atuais de mercado, que exigem uma postura de liderança, com a tomada rápida de decisões e jogo de cintura para uma vivência em grupo. O Censo Pós-Júnior, realizado pela Brasil Júnior, mostra que os participantes do movimento consideram que  todas as chamadas habilidades do futuro – como gestão de pessoas, pensamento crítico e resolução de problemas complexos –, consideradas como diferenciais no mercado de trabalho, estão, de alguma forma, contempladas na formação dada pelas EJs.

Essa visão ajudou a consolidar o Movimento Empresa Júnior no país, hoje, como o mais representativo globalmente. Das 1.800 empresas juniores existentes no mundo, 1.500 estão no Brasil. O movimento está presente em 300 universidades brasileiras e, no ano passado, foi responsável pela formação empreendedora de cerca de 33 mil jovens, apresentando um faturamento de R$ 71 milhões. Trata-se, sem dúvida, de um salto e tanto para uma estrutura que nasceu pequena, com apenas uma EJ funcionando dentro da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. 

E não foi apenas no tamanho e importância que o movimento cresceu no país. O Brasil também deu condições legais para que as empresas juniores pudessem se estruturar, sendo o primeiro país do mundo a contar com uma legislação para disciplinar a operacionalização das EJs. O funcionamento das empresas juniores como agentes de formação empreendedora dentro das universidades está regulamentado pela Lei 13.267, de 2016. Para fomentar e ajudar a desenvolver essa estrutura, o MEJ conta com a Brasil Júnior, entidade que coordena as federações das empresas juniores estabelecidas nos estados brasileiros.

Como associações sem fins lucrativos, todo o lucro das EJs é investido na formação dos participantes. Com isso, a estrutura das empresas juniores alcança, atualmente, um alto nível de excelência, sendo formada por jovens capacitados e motivados. Graças ao empenho deles, inúmeras empresas, principalmente as de menor porte, têm sido beneficiadas com projetos inovadores, pelos quais elas pagam um valor bem abaixo do praticado pelo mercado.

A forte sinergia entre as EJs e o mercado marca o sucesso do Movimento Empresa Júnior no país. E, para além desse sucesso, está um objetivo maior: transformar o país em um Brasil empreendedor, mais ético, competitivo, colaborativo, educador e diverso.

Beatriz Nascimento é presidente executiva da Brasil Júnior.

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