A mais recente pesquisa realizada pela APPM, Análise, Pesquisa e Planejamento de Mercado, aborda um tema bastante polêmico: a doação de dinheiro público para campanhas eleitorais. O estudo foi realizado por telefone com 1.000 entrevistados da Cidade de São Paulo (SP), entre os dias 16 e 17 de agosto de 2011.
Os resultados mostram que quase metade da população (45%) nem sabia que, além do dinheiro público, os candidatos e partidos podem receber doações de pessoas e empresas para fazerem campanhas. Esta prática já existe há muito tempo, porém, em março de 2010, entrou em vigor uma Lei Federal que deveria diminuir as doações feitas por empresários a partidos e candidatos políticos. O assunto voltou à tona na última semana, pois, por unanimidade, o Conselho Federal da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, decidiu entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra a regra.
Segundo a pesquisa da APPM, baixa escolaridade e baixa renda familiar são fatores para que 57% dos pesquisados não soubessem desta informação. “Os resultados da pesquisa são surpreendentes, ainda mais com relação à falta de informação das pessoas com relação ao financiamento das campanhas políticas. Mesmo com o assunto tendo voltado à tona recentemente, parece que a maioria dos paulistanos não está muito bem informado sobre o tema”, afirma Rodrigo de Souza Queiroz, diretor de Comunicação e Marketing da APPM.
O argumento da OAB é de que estes financiamentos privados incentivam a corrupção e a troca de favores entre doador e candidato. O argumento também é válido para 84% dos entrevistados, que concordam que esta prática realmente aumenta a corrupção. Entretanto, mesmo concordando com a informação, mais da metade dos entrevistados (54%) apóiam que as campanhas eleitorais devem ser financiadas apenas com doações particulares.