Desde a implementação do novo Sistema Brasileiro de Pagamentos, em 2002, o volume de operações de transferência de crédito, segundo dados de 2005 do Banco Central, vem registrando expressivo crescimento e já chegam a representar 86% do total das transações bancárias. No entanto, devido ao valor médio ser de R$2.858, não se tratam de transações efetuadas no varejo, onde os valores médios estão bem abaixo deste patamar.
Em seguida, atrás apenas das transferências de crédito, temos as operações realizadas com cheques, o que demonstra que este é o meio de pagamento predominante no varejo. São R$2,3 trilhões movimentados em 2005, o que representa 12,2% do total. O desempenho do cartão de crédito e de débito, outros meios de pagamento utilizados no varejo, ficou bem abaixo, com R$137 bilhões (0,7%) de transações com o cartão de crédito e R$53 bilhões (0,3%) no cartão de débito.
Os pagamentos por meio de débito direto em conta corrente (pagamentos de contas de água, luz e telefone, por exemplo) já superaram as operações com cartões de crédito e débito, já que em 2005 este meio de pagamento registrou R$146 bilhões em volume financeiro transacionado, registrando uma participação de 0,8% em relação ao total.
“O cheque vem exercendo um papel social muito importante, pois ele é o maior responsável pela inclusão de grande parte da população no mercado de crédito, principalmente por se tratar de um meio de pagamento sem intermediários, já que quem define a capacidade de endividamento é o próprio consumidor/emitente”, afirma José Antônio Praxedes, vice-presidente da Telecheque. O executivo esclarece ainda que “o cheque possui um espaço fundamental nas operações realizadas pelo varejo, o que torna a hipótese deste meio de pagamento sair de circulação improvável, pois o varejo não tem como abrir mão de um potencial de consumo de R$2,3 trilhões que estão circulando por meio dele”.