Classe C e os comparadores de preços na Internet

Autor: Ricardo Falletti
De acordo com o estudo Webshoppers, do E-bit, o e-commerce brasileiro faturou R$ 29 bilhões em 2013, puxado pelos segmentos de “Moda e Acessórios”, com participação de 19%, e o de “Cosméticos, Perfumaria, Higiene Pessoal e Saúde”, praticamente empatado, com 18%. O índice corresponde a mais de R$ 5 bilhões em compras de produtos de beleza.
Esses números compõem um crescimento de 25% do varejo eletrônico, durante o ano em que 50 milhões de brasileiros compraram pela Internet, em um período de crescimento e consumo da classe “C”. Segundo o levantamento da Serasa Experian e do Data Popular, essa faixa econômica já corresponde a 58% da população brasileira, ou seja, 108 milhões de pessoas que injetam mais de R$ 1 trilhão em nossa economia. Isso significa que, se a classe média fosse um país, seria o 12º em população e o 18º em consumo.
Esse consumidor está descobrindo as vantagens que a compra pela Internet proporciona, como o maior acesso às informações de cada produto e, principalmente, a busca pelos valores mais competitivos. É aí que entra a importância dos comparadores de preços. Essas ferramentas têm se tornado referência na hora da compra. Muitos consumidores vão direto primeiro a um site de comparação, antes mesmo de visitar qualquer loja virtual. 
Entretanto, os principais comparadores carecem de assertividade em seus motores de busca. É comum acontecer, por exemplo, de o consumidor procurar por um determinado produto e o site trazer uma variedade de itens que ele não tem interesse, até mesmo puxando categorias completamente diferentes. Como quando o usuário procura por um CD de uma banda e aparecerem resultados de livros ou filmes com nomes parecidos. Ou, ainda, procurar por um xampu e encontrar um produto similar, só que para cães.
Atualmente, existe uma tendência de investimento em especialização, justamente para oferecer o melhor serviço. No Brasil, ainda há espaço para novas empresas e comparadores segmentados. Quanto mais específico na busca for o site, como vemos na competição dos portais de passagens aéreas, melhor é o resultado para o consumidor. Alguns comparadores especializados apostam inclusive em conteúdo informativo, com blogs, vídeos e infográficos, com o objetivo de ajudar o consumidor na escolha do produto.
Mas o maior benefício indireto dos comparadores de preço é geração da competitividade. A partir do momento que um site mostra, lado a lado, os valores ofertados por diferentes lojas, há uma real necessidade do mercado em balizar os preços. Nenhum e-commerce quer ser taxado de abusivo. E quem agradece é o consumidor, especialmente da Classe C, responsável por cerca de 50% das compras online.
Ricardo Falletti é sócio-fundador do Lalina.

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