O vôo nupcial dos cupins é alerta de problemas futuros, tanto para áreas residenciais, como para prédios comerciais ou mesmo grandes indústrias. Com a chegada da primavera, está oficialmente inaugurada a temporada de “siriris” ou “aleluias”, como são popularmente chamados pelos paulistanos os cupins em sua fase alada – devendo ser intensa nas temporadas de chuva que se estendem até o fim do verão. “A população, em geral, desconhece que aqueles insetos voadores que praticamente ‘forram’ pontos de iluminação nesta época do ano são cupins”, diz Sônia Moura, bióloga e gerente técnica da Praxxis Controle de Pragas – empresa do grupo Brasanitas Serviços Integrados.
Sônia diz que o horário de pico dos “siriris” compreende o período entre 17h e 21h. “É durante a revoada que os pares se formam – ou no vôo, ou no solo. No chão, ocorre a perda das asas e o par começa a procurar um local favorável (que depende da espécie) para iniciar um novo ninho. Quando estabelecidos, ocorre a primeira cópula. O casal deverá ficar junto até o final da vida, mas pode ocorrer substituição em caso de morte de alguns deles”, explica.
A bióloga, que desenvolve trabalho de prevenção e controle de pragas em indústrias, empresas e hospitais, diz que algumas precauções podem ser tomadas para evitar que os cupins encontrem abrigo. “Nessa fase alada, as pessoas devem fechar as janelas dos escritórios durante o horário de pico ou, ainda, optar pelo bloqueio físico, instalando telas em todas as janelas. Uma solução ‘caseira’, quando a revoada já alcançou o ambiente interno, é colocar uma bacia com água embaixo de cada ponto de luz. Por serem insetos que, nesse estágio, são atraídos pela luminosidade, o brilho da luz refletido pela superfície da água os atrai, fazendo com que caiam e acabem morrendo.”
Para Sônia, os pontos de maior risco são arquivos e gavetas que armazenam documentos, além dos computadores. “É importante identificar, por meio de vestígios de ataques e dejetos, quais os tipos de praga mais atuantes e adotar medidas para manter afastados os insetos que atacam papéis e componentes eletrônicos”.
A bióloga explica que somente depois da identificação das pragas infestantes ou dos riscos de infestação é que se determina a técnica mais correta de controle ou prevenção. “A empresa deve armazenar seus documentos de forma a não propiciar ataques por cupins (distantes de paredes e piso, em prateleiras que não sejam de madeira). Também deve manter o ambiente extremamente limpo, a fim de evitar infestações por traças e piolhos de livro (psocópteros), bem como manter um programa de controle regular de pragas, por meio de um contrato com empresa especializada.
O controle dos cupins passa por medidas como evitar acúmulo de entulho em vãos ou caixas de concreto de edifícios, remover as raízes das árvores quando cortadas para ceder lugar a construções (principalmente quando detectada a presença de cupins no solo) e controlar o excesso de umidade. “Se eles não encontram condições satisfatórias, não têm como continuar a devastação”, diz a especialista da Praxxis.