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Como fazer do limão um suco!



Autor: José Ricardo Ferreira

 

Dados divulgados recentemente entre a comunidade de profissionais envolvidos com o gerenciamento de cadeia de suprimentos revelaram um cenário que merece atenção. Nos Estados Unidos, as empresas perdem, em geral, de 3,2% a 4% do faturamento devido a problemas no estoque. Esses números levam a crer que, no Brasil, a situação pode ser tão ou mais preocupante.

 

Essa conclusão empírica ganhou força com as informações da terceira edição da pesquisa “Panorama do Supply Chain no Brasil – Cenário 2007”, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Supply Chain (Inbrasc) e que englobou 96 organizações, sendo 44% de origem nacional, 42% estrangeiras e 13% consideradas mistas. De acordo com o estudo, as companhias de capital nacional estão atrasadas em relação às de capital internacional quando a assunto são as práticas e recursos aplicados ao supply chain.

 

O estudo revelou que tanto os processos de planejamento, previsão e reabastecimento colaborativo, quanto os de planejamento de vendas e operações são utilizados por 64% das multinacionais. Essa parcela representa o dobro do que ocorre nas empresas de capital local, que totalizaram apenas 35% das organizações que usam os mesmos recursos. Além disso, 80% das empresas de origem internacional repõem automaticamente os estoques tanto de clientes quanto de fornecedores, enquanto somente 20% das nacionais exploram esse tipo de atividade.

 

A boa notícia é que vários segmentos do mercado brasileiro já estão sendo personagens de mudança com a ajuda da tecnologia. Os investimentos em TI aplicada à logística e à cadeia de suprimentos estão previstos para crescer 23% em 2008, entre as empresas brasileiras, de acordo com pesquisa do Centro de Estudos em Logística do Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro em conjunto com o instituto de pesquisa norte-americano AMR Research. O crescimento será maior que na Europa, que deve aumentar em 14%, e nos Estados Unidos, em que os recursos subirão 12%.

 

Um dos setores que melhor exemplifica como uma solução simples, mas eficiente, pode gerar ótimos resultados é o farmacêutico. Várias indústrias já conseguiram reduzir custos e elevar a demanda ao automatizar os processos de venda para farmácias e drogarias por meio de portais de relacionamento.  Com essa rica ferramenta de comunicação, é possível identificar, em tempo real os pedidos colocados por representantes/vendedores e, de modo automático, redirecionar a outro distribuidor os pedidos não atendidos.

 

Além de viabilizar a realização de auditorias detalhadas em todas as etapas do processo, a base de dados gerada por esse portal abre caminho para que sejam tomadas ações pró-ativas de venda, reunindo facilmente informações sobre os produtos mais vendidos, os melhores compradores e outros dados estatísticos.

 

A facilidade de implantação desse tipo de solução tem quebrado paradigmas dentro das indústrias farmacêuticas. Anteriormente, os parceiros de distribuição tinham que adaptar seus modelos de pedidos ao do fabricante. Agora, com portais como os oferecidos pela Entire, o cenário se inverteu: é o fabricante que pode personalizar rapidamente seu layout de pedidos para se adequar ao dos distribuidores.

 

A automação dos processos também está ajudando muitos fabricantes a transformar sua equipe de vendas em consultores de relacionamento. Livres das tarefas manuais e burocráticas, os representantes podem atuar mais na pré e pós-venda para detectar e atender às necessidades dos clientes.

 

Essa intermediação comercial de alta qualidade proporcionada pelos portais de vendas pode ajudar a reverter as perdas de faturamento citadas inicialmente, trazendo benefícios para toda a cadeia de valor. As farmácias são mais bem atendidas e os distribuidores passam a contar com os fabricantes como um importante aliado de vendas e promoção, que por sua vez, passa a ter mais um mecanismo de geração de demanda.

 

José Ricardo Ferreira diretor da Entire Tecnology Partners.

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